segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

São João Dom Bosco

João Bosco nasceu no Colle dos Becchi, no Piemonte, Itália, uma localidade junto de Castelnuovo de Asti (agora chama-se Castelnuovo Dom Bosco) a 16 de agosto de 1815. Era filho de humilde família de camponeses. Órfão de pai aos dois anos, viveu sua mocidade e fez os primeiros estudos no meio de inumeráveis trabalhos e dificuldades. Desde os mais tenros anos sentiu-se impelido para o apostolado entre os companheiros. Sua mãe, que era analfabeta, mas rica de sabedoria cristã, com a palavra e com o exemplo animava-o no seu desejo de crescer virtuoso aos olhos de Deus e dos homens.
Mesmo diante de todas as dificuldades, João Bosco nunca desistiu. Durante um tempo foi obrigado a mendigar para manter os estudos. Prestou toda a espécie de serviços. Foi costureiro, sapateiro, ferreiro, carpinteiro e, ainda nos tempos livres, estudava música.
Queria vivamente ser sacerdote. Dizia: "Quando crescer quero ser sacerdote para tomar conta dos meninos. Os meninos são bons; se há meninos maus é porque não há quem cuide deles". A Divina Providência atendeu os seus anseios. Em 1835 entrou para o seminário de Chieri.
Ordenado Sacerdote a 5 de junho de 1841, principiou logo a dar provas do seu zelo apostólico, sob a direção de São José Cafasso, seu confessor. No dia 8 de dezembro desse mesmo ano, iniciou o seu apostolado juvenil em Turim, catequizando um humilde rapaz de nome Bartolomeu Garelli. Começava assim a obra dos Oratórios Festivos, destinada, em tempos difíceis, a preservar da ignorância religiosa e da corrupção, especialmente os filhos do povo.
Em 1846 estabeleceu-se definitivamente em Valdocco, bairro de Turim, onde fundou o Oratório de São Francisco de Sales. Ao Oratório juntou uma escola profissional, depois um ginásio, um internato etc. Em 1855 deu o nome de Salesianos aos seus colaboradores. Em 1859 fundou com os seus jovens salesianos a Sociedade ou Congregação Salesiana.
Com a ajuda de Santa Maria Domingas Mazzarello, fundou em 1872 o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora para a educação da juventude feminina. Em 1875 enviou a primeira turma de seus missionários para a América do Sul.
Foi ele quem mandou os salesianos para fundar o Colégio Santa Rosa em Niterói, primeira casa salesiana do Brasil, e o Liceu Coração de Jesus em São Paulo. Criou ainda a Associação dos Cooperadores Salesianos. Prodígio da Providência divina, a Obra de Dom Bosco é toda ela um poema de fé e caridade. Consumido pelo trabalho, fechou o ciclo de sua vida terrena aos 72 anos de idade, a 31 de janeiro de 1888, deixando a Congregação Religiosa Salesiana espalhada por diversos países da Europa e da América.
Se em vida foi honrado e admirado, muito mais o foi depois da morte. O seu nome de taumaturgo, de renovador do Sistema Preventivo na educação da juventude, de defensor intrépido da Igreja Católica e de apóstolo da Virgem Auxiliadora se espalhou pelo mundo inteiro e ganhou o coração dos povos. Pio XI, que o conheceu e gozou da sua amizade, canonizou-o na Páscoa de 1934.
Apesar dos anos que separam os dias de hoje do tempo em que viveu Dom Bosco, seu amor pelos jovens, sua dedicação e sua herança pedagógica vêm sendo transmitidos por homens e mulheres no mundo inteiro.
Hoje Dom Bosco se destaca na história como o grande santo Mestre e Pai da Juventude.
Embora tenha feito repercutir pelo mundo o seu carisma e o sistema preventivo de salesiano, que é baseado na Razão, na Religião e na Bondade, Dom Bosco permaneceu durante toda a sua vida em Turim, na Itália. Dedicou-se como ninguém pelo bem-estar de muitos jovens, na maioria órfãos, que vinham do campo para a cidade em busca de emprego e acabavam sendo explorados por empregadores interessados em mão-de-obra barata ou na rua passando fome e convivendo com o crime.

Com atitudes audaciosas, pontuadas por diversas inovações, Dom Bosco revolucionou no seu tempo o modelo de ser padre, sempre contando com o apoio e a proteção de Nossa Senhora Auxiliadora. Aliás, o sacerdote sempre considerou como essencial na educação dos jovens a devoção à Maria.
Dom Bosco ficou muito famoso pelas frases que usava com os meninos do oratório e com os padres e irmãs que o ajudavam. Embora tenham sido criadas no século passado, essas frases, ainda hoje, são atuais e ricas de sabedoria. Elas demonstram o imenso carinho que Dom Bosco tinha pelos jovens.
Entre alguns exemplos, "Basta que sejam jovens para que eu vos ame.""Prometi a Deus que até meu último suspiro seria para os jovens.""O que somos é presente de Deus; no que nos transformamos é o nosso presente a Ele""Ganhai o coração dos jovens por meio do amor""A música dos jovens se escuta com o coração, não com os ouvidos."
O método de apostolado de Dom Bosco era o de partilhar em tudo a vida dos jovens; para isto no concreto abriu escolas de alfabetização, artesanato, casas de hospedagem, campos de diversão para os jovens com catequese e orientação profissional; foi por isso a Igreja reza: "Deus suscitou São João Bosco para dar à juventude um mestre e um pai".
De estatura atlética, memória incomum, inclinado à música e a arte, Dom Bosco tinha uma linguagem fácil, espírito de liderança e ótimo escritor. Este grande apóstolo da juventude foi elevado para o céu em 31 de janeiro de 1888 na cidade de Turim; a causa foi o outros, já que afirmava ter sido colocado neste mundo para os outros.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Segue-me! (Mt 9,9)


(Mt 9,Enquanto saía de Cafarnaum, Jesus viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos. Mateus tinha um trabalho que o tornava odioso aos olhos do povo e o igualava aos agiotas e exploradores, que se enriquecem às custas dos outros. Os escribas e os fariseus colocavam-no no mesmo nível dos pecadores públicos, tanto que censuravam Jesus por ser “amigo de publicanos e de pecadores” e comer com eles (cf Mt 11,19; 9,10-11).

Contrariando toda convenção social, Jesus chamou Mateus a segui-lo e aceitou o convite para almoçar em sua casa, como faria mais tarde com Zaqueu, chefe dos cobradores de impostos de Jericó. Quando pediram que Jesus explicasse essa atitude, Ele disse que veio para curar os doentes e não os que têm saúde, e que veio chamar não os justos, mas os pecadores. Também dessa vez seu convite era dirigido justamente a um deles:
Segue-me! 
Jesus já havia havia chamado André, Pedro, Tiago e João, às margens do lago. O mesmo convite Ele dirigiria depois, com outras palavras, a Paulo, a caminho de Damasco.
Mas Jesus não se limitou àqueles chamados; no decorrer dos séculos, Ele continuou a chamar homens e mulheres de todos os povos e nações. E chama ainda hoje: Ele passa pela nossa vida, encontra-nos em diferentes lugares, de diferentes modos, e nos faz ouvir novamente o seu convite a segui-lo.

Jesus nos convida a estar com Ele, porque deseja estabelecer conosco um relacionamento pessoal; ao mesmo tempo, nos convida a colaborar com Ele no grande projeto de uma nova humanidade.

Ele não se importa com as nossas fraquezas, os nossos pecados, as nossas misérias. Ele nos ama e nos escolhe do jeito que somos. É o seu amor que vai nos transformar e dar forças para responder-lhe e a coragem para segui-lo, como aconteceu com Mateus.

E, para cada um de nós, Ele tem um particular amor, projeto de vida e chamado. É algo que percebemos no coração por meio de uma inspiração do Espírito Santo ou mediante determinadas circunstâncias ou por um conselho ou orientação de alguém que nos quer bem... Embora se manifeste nos modos mais diferentes, a mesma palavra continua ecoando:
Segue-me!
Lembro-me de quando também eu percebi esse chamado de Deus.

Foi numa manhã gelada de inverno, em Trento, Itália. Minha mãe pediu à minha irmã caçula que fosse comprar leite, a dois quilômetros de casa. Mas fazia frio demais e ela não teve coragem. Também minha outra irmã recusou-se a ir. Então eu me adiantei: “Mamãe, eu vou!” Dizendo isso, peguei a garrafa e saí. A meio caminho, aconteceu um fato especial: tenho a impressão de o Céu se abrir e Deus me convidar a segui-lo. “Entregue-se inteiramente a mim”, é o que percebo no coração.

Era o chamado explícito, ao qual quis responder imediatamente. Falei sobre isso com o meu confessor, que permitiu a minha doação a Deus para sempre. Era o dia 7 de dezembro de 1943. Nunca serei capaz de descrever o que se passou no meu coração, naquele dia: Eu tinha desposado Deus! E Dele eu podia esperar tudo.
Segue-me!
Essa palavra não se refere apenas ao momento em que decidimos a nossa opção de vida. Dia após dia, Jesus continua a dirigi-la a nós. “Segue-me!”, é o que Ele parece nos sugerir diante dos mais simples deveres cotidianos; “Segue-me!”, na provação a ser abraçada, na tentação a ser superada, no serviço a ser executado...

Como podemos responder concretamente ao seu apelo?

Fazendo o que Deus quer de nós no momento presente, pois cada instante contém sempre uma graça especial.

O nosso empenho para este mês, portanto, será entregar-nos à vontade de Deus com decisão; doar-nos ao irmão e à irmã que devemos amar; doar-nos ao trabalho, ao estudo, à oração, ao repouso, à atividade que temos de desempenhar.

Será aprender a escutar, no profundo do coração, a voz de Deus que fala também pela voz da consciência, dispostos a sacrificar tudo para atuar aquilo que Ele deseja de nós em cada momento e que essa voz nos revelará.

“Faz que te amemos, ó Deus, não só cada dia mais – porque podem ser pouquíssimos os dias que nos restam –; mas faz que te amemos em cada momento presente, com todo o coração, a alma e as forças, naquilo que é a tua vontade”.
Este é o melhor sistema para seguir Jesus.
Chiara Lubich 

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

PEDIR EM NOME DE MARIA

Uma coisa é dizer que tudo nos vem por Maria e outra coisa dizer que muitas graças no vêm através da prece de Maria. Se eu oro por você ao Pai em nome de Jesus, ou a Jesus diretamente e você me diz que recebeu a graça, não estou errado ao dizer que, por minha intercessão junto a Jesus, você recebeu aquela graça. Senão, que sentido teria os pais orarem pelos filhos ou os padres e pastores orarem por seus fiéis? Não é intercessão? Se nós intercedemos o tempo todo uns pelos outros, porque negar que Maria faça o mesmo a quem pede sua ajuda? Seria a prece dela menor do que a dos padres e pastores?
Eu já fui de falar primeiro com Maria e só depois com seu filho. Agora, faço o que sinto vontade de fazer. Muitas vezes falo direto com Jesus. Outras, com a mãe dele. Quando falo com Maria, peço a ela que fale comigo a Jesus e interceda comigo e por mim. Se ela falar direto ao Pai, vai usar o nome do Filho dela, como eu faço quando falo com o Pai. Mas sei que a oração de Maria é incomparavelmente mais pura do que a minha. É claro que quero a ajuda dela. Se aceito a ajuda dos padres e reverendos que dizem orar por mim, porque não aceitaria a de Maria que creio estar salva e viva na outra dimensão do existir, dimensão que chamamos de céu?
Não acho que Maria se magoe, por falarmos ao seu Filho sem recorrer a ela. É tudo que ela quer! Que alemos com seu Filho! Quando nossa Igreja diz que Maria é “medianeira de graças” ( o Catecismo não tem a palavra “todas”) nossa Igreja não está dizendo que Deus Pai que age através de Jesus só atenderá nossas preces, se elas também passarem por Maria. Isso a Igreja nunca disse!
O que a Igreja diz é que, se quisermos pedir, qualquer graça, qualquer que seja o pedido, podemos pedir por Maria, porque ela pedirá conosco e levará tudo a Jesus. Não há graça que Maria não peça conosco! A Igreja sugere, inclusive, que os católicos usem o santo nome de Maria nas suas orações, mas sem esquecer que o nome que salva é o de Jesus. Não usamos os nomes de amigos e de outras pessoas quando pedimos algum favor de alguém que as conhece? Se soubermos usar o nome certo do jeito certo, porque não? Desde que saibamos que o poder e foi dado a Jesus e ele o delega a quem ele quiser (Mt 13,11), não erraremos. Jesus deu poder aos apóstolos, desde que se reunissem no seu nome ou que usassem seu nome. ( Mt 18,20, Jo 14,13)
Na Bíblia há centenas de passagens em que se usa o nome de profetas e servos de Deus durante as orações (1 Re 13,6 ). Reis pediam aos profetas que orassem por eles. Nós cristãos usamos o nome de Jesus porque não há nenhum nome maior do que este para nós. ( Fl 2,9 ) Mas não está proibido usar nomes menores. O de Maria é menor que o de Jesus, mas é bem maior do que o nosso. Estava certa aquela senhora que orava:
-“ Pai, falo com o senhor em nome de Jesus”
-“ Jesus, falo com o senhor em nome de Maria”
-“ Maria, falo com senhora pedindo que me ajude a falar com Jesus, porque de falar com ele a senhora entende mais do que eu “
Estava orando a Maria do jeito certo !
MARIA: MEDIANEIRA JUNTO A JESUS
Posso falar diretamente com Jesus sem procurar nenhum mediador. Mas posso pedir ao padre Pedro que ore comigo e por mim. E posso pedir ao pastor Jaime que faça o mesmo. Posso usar de sua intercessão enquanto eu mesmo falo com Jesus. Melhor para mim que tenho mais duas pessoas orando por mim e comigo! Se não desprezo a intercessão dos homens piedosos deste mundo porque faria pouco caso da intercessão da Mãe do Cristo que está no céu com seu Filho?
O pregador evangélico que dizia que não precisava de nenhuma outra intercessora junto a Deus, porque já tinha Jesus, o santo, estava querendo marcar um ponto contra os católicos, mas marcou contra si mesmo. No mesmo programa de rádio. minutos depois ofereceu-se para orar pelos seus fiéis. Se ele podia ser intercessor junto a Deus em nome de Jesus, porque a mãe de Jesus não pode? Ou será que ele é dos que pregam que Maria está morta e ainda não foi para o céu? Neste caso, onde ele espera ir quando morrer? Se a mãe de Jesus ainda está esperando e, por isso, não pode orar, onde estão todos os fiéis da sua Igreja? Os vivos têm mais poder do que os que morreram em Jesus? Os fiéis da Terra têm mais poder do que os fiéis do céu? Não há ninguém no céu? E onde estão todos os piedosos cristãos que morreram nestes 20 séculos? Onde está o ladrão a quem Jesus disse que naquele mesmo dia estaria no paraíso? Céu é uma coisa e paraíso é outra?
Uma questão suscita outra quando afirmamos que só nós podemos orar pelos outros e que os que morreram em Jesus não podem. Ficamos com um trecho da Bíblia que dá a entender que os mortos não podem fazer nada pelos vivos e ignoramos os outros que dizem que é bom orar e fazer oferendas em favor dos mortos? Ignoramos passagens que mostram que Moisés e Elias estavam vivos em Deus e oravam com Jesus? Então, se a Bíblia merece crédito no que afirma, e eles apostam nisso, existe gente viva e orando no céu. É lá que Maria está. Se Moisés e Elias estão no céu e oram, então Maria a mãe do Cristo também está e ora. Não parece natural e lógico que Jesus tenha levado sua mãe para o céu?
A catequese sobre Maria é bem clara na Igreja. O único mediador junto ao Pai é Jesus. Mas Maria também intercede, só que age como alguém que depende. Ela faz o que qualquer cristão pode fazer, só que faz melhor: intercede por nós a Jesus, ou ao Pai em nome de Jesus. Foi o que Jesus mandou seus discípulos fazerem no Pai Nosso (Mt 6,9 ) e em (Jo 14, 13-15 ) Mas deixou claro que quem usasse seu nome de maneira errada teria que responder pelo desrespeito ( Mt 7,22)
A fé em Jesus, se for pura e sincera, purifica o nosso trato com Maria. A fé em Maria, se for pura, acaba levando a Jesus, de tal maneira que nosso viver passa a ser Ele. ( Gl 2,20 ) Se no céu se batesse palmas é isso o que ela faria ao cristão que a saúda respeitosamente, mas vai falar horas e horas com seu filho. Que mãe não gostaria disso?
Quando alguém diz que Jesus é o único mediador junto ao Pai está dizendo que ele é a única autoridade para isso. Mas não está negando aos seus discípulos o direito de serem mediadores com Jesus. Senão, por que é que ele iria ensinar, no Pai Nosso, que devemos nos dirigir diretamente ao Pai e que deveríamos usar seu nome e orar uns pelos outros?
Se Jesus manda interceder é porque podemos também nós ser intercessores. Então, também somos mediadores com ele. É claro que não tão plenos como Ele, mas sempre depois dele e por causa dele, da mesma forma que somos filhos por causa dele. Se podemos nos proclamar filhos de Deus por causa de Jesus, o Filho, podemos ser intercessores uns pelos outros por causa de Jesus o intercessor. Não é isso que fazem as igrejas cristãs quando incentivam que oremos e intercedamos uns pelos outros em nome do intercessor maior que é Jesus?
Quando os católicos chamam Maria de intercessora estão seguindo a mesma lógica . Continuo perguntando… Se padre e pastor podem, porque Maria não poderia interceder? Se nas missas e cultos intercedemos a Jesus pelos nossos doentes e pedimos a ele que nos conceda o que pedimos, por que não pedir a outros discípulos já no céu, que orem junto? E por que excluir Maria? Perguntas de um coração católico!

Pe. Zezinho scj

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

IMAGINE UM MUNDO SEM FÉ


Um famoso beatle, John Lennon, na sua canção Imagine, pediu que seus ouvintes tentassem imaginar um mundo como ele imaginava. Sem céu acima e sem inferno abaixo de nós, um mundo que finalmente conseguiu viver a vida de verdade, na fraternidade humana sem religião.
E a canção prosseguia: “você pode dizer que sou um sonhador, mas eu não sou o único, um dia nós vamos ser uma só realidade.”
Muitos cristãos cantaram esta canção do John Lennon que propunha o fim das religiões, o fim do conceito de céu e o fim do conceito de inferno. Que propunha uma visão materialista e rateia da vida. O famoso beatle estava no seu direito de propor um tipo de mundo, como ele imaginava. Como nós estamos, famosos ou não, no nosso direito de propor um mundo como nós imaginamos.
Não sendo tão famosos, não tendo tanta mídia à nossa disposição, mesmo assim, podemos propor ao mundo religiões mais tolerantes e fraternas, ateísmos mais tolerantes e fraternos; um conceito menos mágico de céu e de inferno e uma fraternidade humana com religião, mas com religião inteligente, sem fanatismo. Da mesma forma que desejamos ateus não fanáticos ao nosso redor.
A triste verdade é que religiosos mataram, movidos pelo fanatismo: luz demais. E ateus também mataram, movidos pelo fanatismo, razão demais. Entre a revolução francesa que sacrificou milhares de cidadãos, as revoluções comunistas, que massacraram e puseram no cárcere milhares de compatriotas, as revoluções de cunho religioso no Irã, na Irlanda e entre os católicos e evangélicos de séculos atrás, podemos e devemos escolher um caminho mais sensato.
Houve comunistas e marxistas que não concordavam com crimes e assassinatos e religiosos que não concordavam com a violência em nome da fé. Foi, é e sempre será triste saber que em nome da razão movimentos políticos e ateus perderam o juízo. E que em nome da fé movimentos religiosos e crentes também o perderam.
Imagine não com John Lennon, mas com milhões de outros, um mundo em que as pessoas, crendo ou não crendo em Deus, no céu e no inferno, conseguem ser fraternas, com religiosos e ateus sentados à mesma mesa. Imagine-os respeitosamente a colocar cada qual diante do outro as suas convicções, sem um oprimir o outro.
Você vai dizer que sou um sonhador, mas se John Lennon tinha esse direito, eu também tenho. Pena que não sou tão famoso como ele, porque, assim, mais gente me ouviria. Mas, agora que ele já está na outra vida e foi vítima do fanatismo de seu assassino é bem possível que ele saiba mais do que eu. Se não existe outra vida, nem céu e nem inferno e nenhum mal abaixo de nós, então ele acabou. Se existe, é bem provável que ele já saiba que o diálogo e a tolerância continuam a ser as melhores coisas que se possa desejar para o ser humano.
Pe. Zezinho scj

domingo, 1 de janeiro de 2012

Mensagem de Bento XVI para o ano de 2012.




ANGELUS
Praça de São Pedro - Vaticano
Domingo, 01 de janeiro de 2012

              Na liturgia deste primeiro dia do ano ressoa a tríplice benção bíblica: “Te abençoe o Senhor e te guarde. O Senhor faça resplandecer para ti a sua face e te dê a graça. O Senhor volte para ti a sua face e te conceda a paz” (Num 6, 24-26). A face de Deus nós podemos contemplar, ela se fez visível, se revelou em Jesus: Ele é a imagem visível de Deus invisível. E este obrigado também à Virgem Maria, da qual hoje celebramos o maior título, aquele com o qual participa de modo único na história da salvação: ser Mãe de Deus. No seu ventre o Filho do Altíssimo assumiu a nossa carne e nós podemos contemplar a sua glória (cfr Jo 1, 14), sentir a presença de Deus conosco.

              Iniciamos assim o novo ano de 2012 fixando o olhar sobre a Face de Deus que se revela no menino de Belém e sobre a sua Mãe Maria, que acolheu com humilde abandono o desígnio divino. Graças ao seu generoso 'sim' apareceu no mundo a luz verdadeira que ilumina cada homem e nos foi reaberta a via da Paz.
             Caros irmãos e irmãs, como é de feliz costume, celebramos hoje o 45º Dia Mundial da Paz. Na mensagem que enderecei aos chefes de Estado, aos representantes das nações e a todos os homens de boa vontade, que tem como tema “Educar os jovens à justiça e à paz”, quis enfatizar a necessidade a urgência de oferecer às novas gerações adequados percursos educativos para uma formação integral da pessoa, inclusa a dimensão moral e espiritual (cfr 3). Quis sublinhar, em particular, a importância de educar aos valores da justiça e da paz.

           Os jovens olham hoje com uma certa apreenssão para o futuro manifestando aspectos da vida deles que merecem atenção, como o desejo de receber uma formação que os prepare em modo mais profundo para enfrentar a realidade, a dificuldade de formar uma família e a encontrar um local estável de trabalho, a efetiva capacidade de contribuir no mundo da política, da cultura e da economia para a construção de uma sociedade que possua um rosto mais humano e solidário.

           Convido todos a ter paciência e a constância na procura da justiça e da paz, de cultivar o gosto por aquilo que é reto e verdadeiro. A paz não é um bem alcançado plenamente, mas uma meta a qual todos devemos aspirar e para a qual todos devemos trabalhar.
          Rezemos para que, apesar das dificuldades que tornam árduo o caminho, esta profunda aspiração se traduza em gestos concretos de reconciliação, de justiça e de paz. Rezemos também para que os responsáveis das nações renovem a disponibilidade e o empenho de acolher e favorecer este desejo profundo da humanidade. Confiamos estas aspirações à intercessão da Mãe do Rei da Paz, a fim que o ano que inicia seja um tempo de esperança e de pacífica convivência para o mundo inteiro.







Ao final do Angelus, o Papa se dirgiu aos peregrinos de Língua Portuguesa: 

Aos peregrinos de língua portuguesa, às suas famílias e nações, desejo um Ano Novo feliz e santo, na paz de Cristo!

 Fonte: Site do Vaticano