segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pai mostra-nos Jesus e isso nos basta!



Um dos mais intrigantes pedidos feitos a Jesus sem duvida foi o de Felipe que pede que Jesus mostre o Pai cf Jo 14,8 , e a resposta de Jesus é fantástica “a tanto tempo estou com vocês e ainda não me viram, quem me vê, vê o Pai.”

A partir daí se sana a duvida de como é o rosto do Pai, ao menos no que tange a fé, e nasce a certeza de uma união belíssima entre Pai, Filho e Espírito Santo e vamos compreendendo o que implica dizer que somos – imagem e semelhança - de Deus cf Gn 2,27. Aqui vai ficando claro a beleza da humanidade divinizada na Encarnação do Verbo.

Porém a procura do ‘rosto de Deus’ é anterior a Felipe e percorre toda a história da salvação e perdura até nossos dias, Moisés quando conversava com Deus cobria o rosto por não ser digno de contemplar a face de Deus cf Ex 3,6 e essa ‘busca’ vai ganhando uma amplitude sobre tudo quanto a Jesus, não que na estada de Jesus aqui junto a nós não se tinha sanado a duvida porém não temos uma fotografia dele, justamente por não terem caráter histórico puramente biográfico os evangelhos não tem essa preocupação, a iconografia auxiliada por dados inclusive do Sudário de Turim delineou um suposto rosto de Jesus, e hoje é muito fácil associar um rosto masculino, branco, com cabelos e barba longas, com Jesus Cristo.

Me atrevo a dizer que o ápice do entendimento desse rosto de Jesus veio com o Concilio Vaticano II na Galdium Et Spes que vai no numero 22 dizer claramente que Jesus revela o homem ao próprio homem, e isso não é só bonito quanto é teológico e profundo, Jesus é como bem disse João Paulo II no número 67 da Ecclesia in America, “rosto divino do homem e rosto humano de Deus”, e aqui vamos já ganhando espaço para a pergunta por como reconhecer esse rosto?, hoje nos é apresentado um Jesus ‘multiforme’, vai desde um Jesus ‘faz tudo’ até um Jesus ‘ligthe’.Porém o rosto de Jesus vai além de traços pois ele mesmo nos garante que ao olharmos para os mais pequenos e simples estaremos olhando para ele cf Mt 18,6 aqui podemos tranquilamente parafrasear Levinas e dizer que no rosto do outro Jesus se manifesta para mim e seu rosto ganha aqui uma conotação maior que extrapola o físico-estético e nos faz buscar um rosto verdadeiro de Jesus, e quem nos garantira a autenticidade desse rosto será o Pai, exatamente por isso, cabe pedirmos; Pai, mostra-nos Jesus e isso nos basta! Pois, só quando conseguirmos olhar para o outro e nele vermos Jesus daremos um passo firme de fé e a exemplo de Chiara Lubich poderemos dizer que quando temos Jesus em meio nada nos falta. 
 
Peçamos em nossas orações a exemplo de Felipe ao Pai que nos mostre Jesus para assim sermos capazes de caminhar com os olhos fixos nele e sermos homens e mulheres felizes por ver n'ele o Pai e o espirito e assim rumarmos ao seu coração e dali aprender a sermos também nós sermos reflexo de Cristo na vida dos irmãos.
Unidos naquele que primeiro nos amou!
Alexandro Freitas
 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

São Benedito


    O nome latino Benedictus, em português corresponde a Bento e Benedito. Bento é empregado para designar os papas e outros santos que levaram esse nome: Benedito é usado para designar o santo negro. Benedito nasceu em 1526 na aldeia de San Fratello (santo irmão), também designada com a forma helenizada de São Filadelfo, situada na província de Messina, na ilha da Silícia. Era filho de pais descendentes de escravos levados para a Sicília. Era o mais velho da família e conseguiu a liberdade da escravidão através do professor siciliano Manasséri. Dos pais recebeu excelente educação religiosa e espiritual, mas parece que nunca aprendeu a ler e nem escrever.
    Desde os 10 anos manifestou uma pronunciada tendência para a penitência e para a solidão. Guardando rebanhos nos montes circunvizinhos à sua cidade natal, entregava-se frequentemente à oração, de forma que os companheiros o chamavam de “o santo mouro” (Mouro, moro em italiano, designava não apenas os africanos do norte, mas também a pessoa de pele escura). As humilhações e gozações dos companheiros por causa da piedade só fizeram aumentá-la. Aos 18 anos, com o fruto de seu trabalho, provia a si mesmo e aos pobres.
     Um jovem senhor, Jerônimo Lanza, vendo como o maltratavam por causa de sua piedade, chamou-o para o eremitério em que viviam alguns companheiros e Benedito o seguiu. Tinha então 21 anos. A vida de Benedito tornou-se um exercício contínuo de todas as virtudes e adquiriu fama de operar milagres. Isso fez com que ele e os companheiros, abandonassem os arredores de Messina e fossem para o monte Pellegrino, um rochedo inóspito perto de Palermo, célebre por ter sido a morada de outra santa penitente, Santa Rosália. Após a morte de Jerônimo, os eremitas escolheram Benedito como seu superior. Mas o papa Pio IV, em 1562, proibiu a existência de eremitas na ilha da Sicília. Os que quisessem deviam ingressar nas ordens existentes. Benedito, obediente, ingressou na ordem franciscana, no convento de Santa Maria de Jesus, em Palermo, onde viveu até o fim da vida, com exceção de 3 anos passados no convento de Santa Juliana. Ali em Palermo foi sobretudo o cozinheiro, e sua fama de operador de milagres cresceu. Em 1578 o capítulo geral dos franciscanos o nomeou guardião ou superior do seu convento, cargo que ele aceitou só por imposição de santa obediência. Foi também mestre de noviços. Morreu em 1589. Seu corpo está incorrupto e exposto na igreja do seu convento em Palermo

Palacín, C; Pisaneschi, N. Santo nosso de cada dia, rogai por nós! (Santoral popular), Edições Loyola, São Paulo, 1991, PP. 233-234.

São Benedito é um especial para o povo brasileiro. dia 05 de outubro comemora-se o dia de São Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele e de sua origem - era africano e negro -, passou a ser amado por toda a população como exemplo da humildade e da pobreza. Esse fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, "o Mouro". Tal adjetivo, em italiano, é usado para todas as pessoas de pele escura e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós ele é chamado de são Benedito, o Negro, ou apenas "o santo Negro".

     Há tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja celebrada em 4 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada, desde 1983, em 5 de outubro, por uma especial deferência canônica concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.
São Benedito morreu aos 65 anos, no dia 4 de abril de 1589, em Palermo, na Itália. Seu corpo está intacto á mais de 421 anos.