Pouca
coisa nos humaniza mais do que as lágrimas. Chorar nos faz entrar em contato
com o que de mais frágil existe em cada ser humano. Engana-se quem pensa que
chorar é coisa de fracos, até porque lágrimas falam muito mais do que palavras,
quem de nós nunca chorou descontroladamente frente a eventos tristes, felizes enfim
frente a situações limites? O próprio Senhor ao receber a notícia da morte de seu
amigo chorou (cf Jo 11,35).
Ah
como é nobre chorar! Justamente porque ficamos desmontados, me recordo que uma
vez quando pequeno, ao me machucar, chorei muito, minha avó me pegou no colo e
me apertou tão forte e sem me dizer nada me fez sentir-me tão amado que logo as
lágrimas cessaram, ou seja, foi no momento das lágrimas que veio o aconchego
necessário. Aqui ainda me recordo de tantas cenas lindas que já vivenciei que
quando me dei conta já estava com lágrimas sobre a face. Precisamos exercitar
nossa humanidade, vivemos numa sociedade muito artificial, onde é necessário
ter um largo sorriso estampado na face ainda que seja amarelo.
As lágrimas
tem um poder enorme, de nos colocar em nosso devido lugar, quem nunca chorou
durante um momento profundo de oração? Nunca chorou por se sentir amado? Ou até
mesmo abandonado? Seja como for, as lágrimas como que regam o solo da nossa
vida e nos permite aproveitar melhor os
frutos ai gerados. Lágrimas, doem, fazem rir, nos faz sairmos de nós mesmos e
ao mesmo tempo tocar em nossa singeleza, em nossa miséria e reconhecer que a
fraqueza não está em deixar as lágrimas caírem e sim no que fazemos com a
possibilidade de sermos mais gente.
O poder
das lágrimas será aproveitado tanto quanto for aproveitada nossa capacidade de
nos permitirmos ser humanizados.
Unidos naquele que primeiro
nos amou!!!
Diác. Alexandro Freitas