quinta-feira, 26 de maio de 2011

MARIA: Discípula e Mestra




A teologia católica professa; Maria não foi estigmatizada pela maldade humana, porque foi imaculada desde sua concepção. Por isso, seus devotos repetem com frequência; "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". Foi a única exceção entre todas as criaturas humanas, em vista da sua prerrogativa de mãe de Deus. Por desse privilégio, toda a sua história é uma caminhada ascendente em direção ao que Jesus estabelecera como mediada de crescimento para seus seguidores: "Sede perfeitos como o Pai celestial é perfeito".


Nessa pespectiva, Maria absorveu as lições de Jesus, guardando tudo em seu coração, como está registrado em Lc 2,51. Sua grande sabedoria consistiu em escutar sempre o Filho e reconhecer nele o Mestre capaz de levá-la a descobrir a verdade, num percurso de fé e esperança, de coerência e humildade. Assim como é comum o bom discípulo torna-se um mestre abalizado, Maria se revela uma mestra exemplar, principalmente porque aprendeu que toda sabedoria vem do Pai mediante os testemunhos do Filho. Nunca se sentiu dona da verdade e, quando aconselha os empregados das bodas de Caná, não lhes dá nenhuma ordem direta, mas pede que obedeçam, à orientação de Jesus: "Façam tudo o que ele vos lhes disser".



Num mundo de muita autossuficiência, envaidecido por seus êxitos, é possivel que o processo de aprendizagem venha manchado pelas nódoas do orgulho e da vaidade: alunos não admitem suas limitações e os mestres expõem suas lições como donos da verdade. Que a exemplo de Maria, cada cristão seja um discípulo simples e humilde para atender à sua vocação de evangelhizador.



D. Geraldo Majella Agnelo



Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador.

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