quarta-feira, 26 de outubro de 2011

João Paulo II cativava os fiéis para Cristo, diz Bento XVI


          "O Bem-aventurado Pontífice procurava a todo o momento cativar os fiéis não para si mesmo, mas cada vez mais para Cristo, para a tradição apostólica e para a comunidade católica unida ao colégio episcopal, que tem o Papa como sua cabeça”, destacou o Papa Bento XVI nesta segunda-feira, 24 durante o encontro com os mais de 300 membros da Fundação João Paulo II.

O encontro em comemoração aos 30 anos da fundação desta instituição, aconteceu na Sala Clementina, no Vaticano. A Fundação tem por objetivo oferecer suporte material para iniciativas de ordem religiosa, cultural, pastoral e social, ligadas ao pontificado de João Paulo II.

Bento XVI destacou que, como está descrito no estatuto da Fundação, "conscientes da grandeza do dom pessoal e do trabalho do Papa polonês para a Igreja, para sua terra natal e para o mundo, a Fundação visa conservar e desenvolver este patrimônio espiritual para as gerações futuras".

“Eu mesmo posso experimentar a eficácia destes esforços, quando recebo o amor e o sustento espiritual de tantas pessoas em todo mundo que me acolhem com afeto como Sucessor de Pedro, chamado pelo Senhor a confirmá-lo na fé. Eu agradeço a Fundação por continuar a cultivar este espírito e amor que nos une em Cristo”, disse Bento XVI.

O Santo Padre evidenciou o precioso papel do círculo de amigos da Fundação, espalhados por todos os continentes, comunidades de formação baseadas no ensinamento e no exemplo do Beato João Paulo II, e os milhares de benfeitores que sustentam as atividades desta fundação.

“Eles não se limitam a uma memória sentimental do passado, mas sabem discernir as necessidades do presente, eles olham para o futuro com solicitude e confiança, empenho para permear no mundo de forma mais profunda com o espírito de solidariedade e fraternidade”, disse o Pontífice agradecendo a Deus pelo dom Espírito Santo que os inspira.

Os 300 membros da Fundação João Paulo estavam acompanhados pelo Arcebispo de Cracóvia, Dom Stanisław Dziwisz e pelo presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Stanisław Ryłko.



Fonte: Canção Nova

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Qual amor eu tenho por mim???

Quando lemos a perícope do Santo Evangelho em que Jesus nos ensina que o maior de todos os mandamentos é Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos, (cf Mt 22, 34-40) duas reflexões devem ser feitas, a primeira é; Que é o Amor? E a outra, Como eu me Amo? Justamente porque sabemos que Amar a Deus que “teoricamente” ou “fisicamente” não vemos é fácil, até porque como nos afirma Bento XVI em sua primeira Encíclica;

 E, contudo, Deus não nos é totalmente invisível, não se deixou ficar pura e simplesmente inacessível a nós. Deus amou-nos primeiro — diz a Carta de João citada (cf. 4, 10) — e este amor de Deus apareceu no meio de nós, fez-se visível quando Ele “ enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para que, por Ele, vivamos” (1 Jo 4, 9). Deus fez-Se visível: em Jesus, podemos ver o Pai (cf. Jo 14, 9).”[1]

A justificativa de que Deus não tem rosto nem nome, já não vale mais ou ainda a de que criamo-lo por necessidade não se sustenta quando entendemos que é possível sentir Deus porque ele primeiro no amou e em nós faz sua morada a cada eucaristia que comungamos. Amar a Deus é sim muito fácil quando provamos seu Amor. 
Agora quando partimos para o âmbito do amar o outro como eu me amo, as coisas ficam bem preocupantes, vejamos hoje se prega que só devemos gostar de quem gosta da gente, ou ainda, apenas aos que podem me dar alguma recompensa ou um tipo de prazer. Assim corre-se o fascinante risco de se “auto-adorar” é o que comumente chamamos de “eu me basto a mim mesmo”, arisco a dizer que nunca o narcisismo[2] esteve tão em evidencia como nos últimos tempos. Parece que o justo grito de liberdade que tanto se pedia nos momentos históricos de privações de todo tipo, hoje se tornou antagonismo puro.
Isso claro, não justifica a descrença na humanidade ou ainda de se aplicar aquela injusta frase “esse mundo está perdido”, até porque é justamente o contrario é por mostrar que existe uma maneira justa e tão boa ou até superior de amar-se que é deixando se amar também, que vale a pena apresentar esse amor ao mundo, é preciso mostrar que a partilha é um dom.
Se procurarmos em vários escritos sagrados encontraremos entre eles no alcorão, no budismo, no espiritismo enfim a premissa do ser solicito a necessidade do outro, a ajudá-lo em suas necessidades, porém para nós cristão a dinâmica é mais desafiadora é preciso dar-se para o outro, afinal não foi isso que nosso Mestre Jesus fez? De fato, podemos chegar facilmente a essa conclusão, Deus só sabe amar! Por isso a Escritura afirma “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4, 16).  Vejamos amar é uma decisão, é uma ARTE sim, uma arte que é preciso saber usar, como dizia o pensador “Amar é bom; saber amar é tudo”[3], aprender essa arte é sem duvida tarefa árdua mais como gostava de dizer Chiara Lubich “A verdadeira arte de amar emerge por inteiro do Evangelho de Cristo” por isso o único modo de aprendermos a amar ao moldes de Cristo é simplesmente AMANDO.
Daí fica fácil responder a pergunta, Qual amor eu tenho por mim? Se for o que sufoca e quer as coisas só pra mim, amar o outro será sempre carta fora do baralho, agora se for o amor que emana de Jesus Cristo, esse sim vai nos levar a fazermos nosso amor passar pelo crivo do Irmão, vai fazer com que nos despojemos do supérfluo e de verdade aprendamos a Amar a Deus de tal forma que nada mais me será tão caro, existirá vontade de assim proceder, basta querer e buscar, como já foi dito é uma decisão e uma vez assumida deve nos levar a amar o irmão a ponto de se preciso for, dar a minha vida por ele, a exemplo do que fez Cristo Jesus por nós. 
               Um abraço fraterno, boa semana.
Deus lhes abençoe.

Alexandro Freitas


[1] Bento XVI, Deus Caritas Est – Sobre o Amor de Deus , 2005.
[2] Narcisismo descreve a característica de personalidade de paixão por si mesmo. A palavra é derivada da Mitologia Grega. Narciso era um jovem e belo rapaz que rejeitou a ninfa Eco, que desesperadamente o desejava. Como punição, foi amaldiçoado de forma a apaixonar-se incontrolavelmente por sua própria imagem refletida na água. Incapaz de levar a termos sua paixão, Narciso suicidou-se por afogamento.

[3] Chateaubriand, F.-R. In: Aforismi e citazione Cristiane. Casale  Monferrato: Piemme, 1994, p. 17.  

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Eu? Bebo horizontes!

Trago uma frase da grande poetisa Cecília Meireles que nos desperta para uma valorosa dimensão que é a do caminhar. Sempre que caminhamos precisamos ter um referencial, um ponto de partida e um de chegada, isso claro, é elementar agora, sabemos que quando caminhamos temos a nossa frente o horizonte que por vezes se apresenta belo e outras vezes não tão bonito assim, porém é ai que a beleza do caminhar começa, é a cada passo dado, a cada conquista que vamos percebendo um horizonte novo e vamos assim entendendo a ação da mão de Deus que faz tudo com perfeição.
Partilho com vocês minha ida as cataratas do Iguaçu, fiquei completamente extasiado, quanta beleza, quanta água, quanta vida, quanta riqueza, ali contemplando tamanha grandiosidade quando dei por mim estava rezando em meio a tanta água. Experimentei ali isso que a poetisa transmite na sua frase, bebi horizonte e quis mais e mais.
Diletos amigos precisamos aprender isso, olhar os detalhes da vida, o sol que nasce, que se põem, as estrelas, a lua cheia, respirar o ar puro das montanhas e mais que isso descobrir nessas coisas a nossa vocação, que é a de caminhar, mais não sem rumo e sem direção, mas sim rumando ao coração do Pai pois se o horizonte que me move, a beleza da natureza já me encanta, imagina qual será nossa reação quando vermos Deus face a face?
Por isso eu te convido a observar com mais atenção a vida a sua volta e a dar sentido a sua caminhada, afinal quem tem horizonte estático é somente a fotografia a nós cabe descobrir um novo horizonte no caminho porém nunca esquecendo que além dele está o seu autor, Deus nosso Senhor.

Boa Semana, ótima caminhada.

Deus lhe abençoe.

                                                                                                                                  Alexandro Freitas
   

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

“Segue-me!” [Mt 9, 9].

Quando saía de Cafarnaum, Jesus viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no posto de cobrança. Mateus estava a exercer um cargo que as pessoas consideravam odioso e que o identificava com os usurários e os exploradores, que enriqueciam à custa dos outros. Os escribas e os fariseus punham-no no mesmo plano dos pecadores públicos, a ponto de censurarem Jesus por ser “amigo de cobradores de impostos e pecadores” e por comer com eles.
Jesus, indo contra toda a convenção social, chamou Mateus a segui-Lo e aceitou jantar na sua casa, como faria mais tarde com Zaqueu, o chefe dos cobradores de impostos de Jericó. Ao pedirem-Lhe explicações sobre este comportamento, Jesus disse que Ele veio para curar os doentes, e não para os que têm saúde. Veio chamar, não os justos, mas os pecadores.
E o seu convite, desta vez, era dirigido precisamente a um deles: «Segue-me!».
Jesus já tinha dirigido esta Palavra a André, Pedro, Tiago e João, nas margens do lago. O mesmo convite, com outras palavras, dirigiu também a Paulo, no caminho de Damasco.
Mas Jesus não ficou por ali. Ao longo dos séculos continuou a chamar, para O seguirem, homens e mulheres de todos os povos e nações. E faz isso ainda hoje: passa na nossa vida, encontra-nos em lugares diferentes, de modos diferentes, e faz-nos sentir novamente o Seu convite a segui-Lo.
Chama-nos a estar com Ele, porque quer estabelecer conosco um relacionamento
pessoal, e, ao mesmo tempo, convida-nos a colaborar com Ele no grande projeto de uma humanidade nova.
Não se importa com as nossas fraquezas, os nossos pecados, as nossas misérias. Ele ama-nos e escolhe-nos tal como somos. É o Seu amor que nos irá transformar e dar a força para Lhe responder e a coragem para O seguir, como fez Mateus. E, para cada um, Ele tem um amor, um projeto de vida, um chamamento particular. Sentimos isso no coração, através de uma inspiração do Espírito Santo ou através de determinadas circunstâncias, de um conselho, de uma indicação de um amigo nosso… Embora manifestando-se nos modos mais variados, é a mesma Palavra que ressoa: 
“Segue-me!”. 
Lembro-me quando, também eu, senti esse chamamento de Deus. Foi numa manhã frigidíssima de inverno, em Trento. A minha mãe pediu à minha irmã mais nova para ir buscar o leite, a dois quilômetros de casa. Mas estava muito frio e ela não foi. Também a minha outra irmã se recusou a ir. Então eu adiantei-me: «Vou eu, mãe», disse-lhe, e peguei na garrafa. Saí de casa e, a meio do caminho, aconteceu um fato um pouco especial: pareceu-me que o Céu se estava a abrir e que Deus me convidava
a segui-Lo. “Dá-te toda a Mim”, ouvi no meu coração.
Era o chamamento explícito, a que desejei responder imediatamente. Falei disso ao meu confessor e ele permitiu que me desse a Deus para sempre. Era o dia 7 de dezembro de 1943. Jamais poderei descrever o que se passou dentro de mim, naquele dia: tinha desposado Deus. Podia esperar tudo Dele. 
“Segue-me!”. 
Esta Palavra não se refere só ao momento determinante da decisão da nossa vida. Jesus continua a dirigi-la a nós, todos os dias. «Segue-me!», parece sugerir-nos perante os mais simples deveres quotidianos: «segue-me» naquela dificuldade a abraçar, naquela tentação a vencer, naquele trabalho a fazer…
Como responder-lhe concretamente?
Fazendo aquilo que Deus quer de nós no momento presente. O que traz consigo, sempre, uma graça particular. O que temos a fazer neste mês deve ser, portanto, entregarmo-nos à vontade de Deus com toda a decisão. Darmo-nos ao irmão e à irmã que devemos amar, ao trabalho, ao estudo, à oração, ao descanso, à atividade que devemos realizar. Temos que aprender a ouvir a voz de Deus no fundo do coração. Ele fala também através da voz da consciência. Esta diz-nos aquilo que Deus quer de nós em cada momento. Mas temos que estar prontos a sacrificar tudo o resto para o realizar.
“Faz com que Te amemos, ó Deus, cada dia um pouco mais. Mas, porque podem ser demasiado poucos os dias que nos restam, faz com que Te amemos, em cada momento presente, com todo o coração, toda a alma e todas as forças, naquela que é a Tua vontade”.
Este é o melhor método para seguir Jesus. 

Chiara Lubich
 Palavra de Vida, Junho de 2005, publicada em Cidade Nova, 2005/06, p. 16;

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Nínive ou Tarsis?


O profeta Jonas é uma das figuras mais enigmáticas que aparecem no Antigo Testamento e justamente dele aprendemos uma das lições mais belas. Em Jn 3,1-10 vemos como o profeta tentou se esquivar do plano original que Deus sonhou pra ele chegando até mesmo a ir parar no ventre de um peixe e lá entendeu que sua missão era de fato ir pra onde Deus o mandara.
Nós também em vários momentos da vida somos colocados como Jonas frente a escolhas é sempre Nínive ou Tarsis, ou seja, ir pro lugar certo mesmo não acreditando ser esse o correto ou fugir e procurar outras soluções.
Escolher pra onde ir e qual caminho seguir parece tarefa tão difícil quando não refletimos e nem sabemos o que queremos fica difícil ir pra Nínive e claro, fica mais fácil ir mesmo para Tarsis porque lá não se tem compromisso, pois é lugar de fugir das coisas sérias e de Deus.
Jonas foi a Nínive profetizou e converteu até mesmo o rei isso porque ouviu Deus e foi onde Deus tinha mandado. Meu irmão minha irmã o convite nesta semana é pra você se lançar nos propósitos de Deus e seguir no seu caminho, pois só assim teremos um propósito reto e quando formos perguntados Nínive ou Tarsis responderemos Nínive e iremos profetizar em nome de Deus onde ele mandar e não do jeito que eu quero.

Deus lhes abençoe.
                                                                                       Alexandro Freitas