quarta-feira, 15 de julho de 2015

Vocação um sinal de contradição!



Algo que comumente escutamos é que todos desejam ter certeza do que farão de suas vidas no futuro, porém o futuro não nos pertence, o que temos por certo é o presente e o que fizermos dele moldaremos o nosso futuro.

Nós cristãos não acreditamos em destino no sentido de que temos que cumprir uma tarefa na terra para só assim herdarmos o céu. O que acreditamos é que Deus nos chama e nos lança um convite, tem um sonho para cada um de nós, isso porque deseja nossa felicidade, afinal nos criou com essa finalidade.

Com tudo, responder a esse convite não é tarefa fácil, isso porque sempre exigirá de nossa parte renuncias, e sabemos o quanto é difícil dizer não a nossas paixões e vontades, porém é preciso ser ousado e se lançar ainda que não tenhamos muita “certeza”, isso porque a certeza, se é que necessitamos tanto dela assim, virá de Deus. Digo isso, pois somos levados a pensar que temos que ter plena segurança do que iremos fazer para o resto da nossa vida, com tudo, não é assim que funciona! Precisamos entrar na barca e remar, daí pode vir a pergunta,  como será o trajeto? Deixemos nas mãos de Deus!  Ele nos dará forças para remar e nos manterá firmes durante o trajeto, é evidente que nos cansaremos, por alguns instantes irá parecer que estamos sozinhos no barco, dará vontade de aportar em qualquer margem, porém é preciso lembrar que nos será apresentado um lugar segurar para aportar.

Deus quando nos fez homens e mulheres cunhou em nós uma marca de felicidade, por isso independente da forma como formos desempenhar nossa vocação, seja na vida laical com o matrimônio e o serviço pastoral, ou na vida religiosa, ou ainda como padre o que importa é não sentir-se nem maior nem menor do que ninguém, nem mais nem menos digno apenas um sinal de contradição, frente ao incerto que é o mesmo tempo realizador e desafiador.

Seguir a voz de Deus é um sinal de contradição justamente, porque estamos acostumados com a lógica comercial que se apoia na segurança trazida por coisas, lugares e até mesmo pessoas, porém seguir a voz de Deus é contar com a força da fé e se lançar num desafio onde só será feliz quem conseguir responder essa voz, não como puro mérito e sim pela simples satisfação de manter-se fiel até o fim sem perder o amor e a ternura.

Vocação é um desafio que não vale só a pena, vale a vida!

Unidos naquele que primeiro nos amou!

Diác. Alexandro Freitas

sexta-feira, 12 de junho de 2015

O poder das lágrimas


Pouca coisa nos humaniza mais do que as lágrimas. Chorar nos faz entrar em contato com o que de mais frágil existe em cada ser humano. Engana-se quem pensa que chorar é coisa de fracos, até porque lágrimas falam muito mais do que palavras, quem de nós nunca chorou descontroladamente frente a eventos tristes, felizes enfim frente a situações limites? O próprio Senhor ao receber a notícia da morte de seu amigo chorou (cf Jo 11,35).

Ah como é nobre chorar! Justamente porque ficamos desmontados, me recordo que uma vez quando pequeno, ao me machucar, chorei muito, minha avó me pegou no colo e me apertou tão forte e sem me dizer nada me fez sentir-me tão amado que logo as lágrimas cessaram, ou seja, foi no momento das lágrimas que veio o aconchego necessário. Aqui ainda me recordo de tantas cenas lindas que já vivenciei que quando me dei conta já estava com lágrimas sobre a face. Precisamos exercitar nossa humanidade, vivemos numa sociedade muito artificial, onde é necessário ter um largo sorriso estampado na face ainda que seja amarelo.

As lágrimas tem um poder enorme, de nos colocar em nosso devido lugar, quem nunca chorou durante um momento profundo de oração? Nunca chorou por se sentir amado? Ou até mesmo abandonado? Seja como for, as lágrimas como que regam o solo da nossa vida e nos permite aproveitar melhor  os frutos ai gerados. Lágrimas, doem, fazem rir, nos faz sairmos de nós mesmos e ao mesmo tempo tocar em nossa singeleza, em nossa miséria e reconhecer que a fraqueza não está em deixar as lágrimas caírem e sim no que fazemos com a possibilidade de sermos mais gente.

O poder das lágrimas será aproveitado tanto quanto for aproveitada nossa capacidade de nos permitirmos ser humanizados.

                                                                          Unidos naquele que primeiro nos amou!!!


                                                                                                Diác. Alexandro Freitas

quinta-feira, 7 de maio de 2015

O que fazer com o sofrimento???



     Somos tentados a pensar que nosso sofrimento é o maior do mundo e que somos os maiores sofredores da face da terra e parece que tem momentos em que dá-se a impressão de que Deus esqueceu de nós. Todos nós em algum momento da vida já pensamos assim. Porém, como diz a velha canção “olha nós aqui outra vez”.  Já enfrentamos muitas dificuldades durante a vida e quando olhamos para trás vemos que elas não nos derrubaram, mas do contrario nos tornaram mais fortes. É como a mão do trabalhador que usa enxada, após calejar não dói tanto, é preciso, portanto passar pelo sofrimento sem se perder dentro dele.
    Para nós que professamos a fé em Cristo Jesus o sofrimento não pode ser enfrentado como castigo ou algo do tipo e nem como prêmio, não é o desejo de Deus o sofrimento, as mais diversas situações do próprio viver acarretam situações desastrosas e que num primeiro momento nos faz “tremer na base”, porém embasados na fé que professamos com a boca devemos traduzi-la em atos e não desistir é preciso tomar novo vigor e dar sequencia a caminhada da nossa vida.
     O que de fato faz a diferença é o que aprendemos com o sofrimento, uma vez ouvi um artista dizer algo que me tocou muito, ele disse “a felicidade bestializa, só o sofrimento humaniza”, de fato só tocamos nossa humanidade no seu âmago quando passamos por situações onde entendemos que só com nossas forças não vamos dar conta do recado, ai com o espírito renovado, cheios de fé passamos pela dor e ganhamos força para perceber que não somos os únicos a sofrer e embora nosso sofrimento seja só nosso não podemos sozinho vencê-los, é preciso confiar em Deus, depositar nele nossa esperança e fazer a nossa parte, porque o próprio Senhor nos garantiu que sem Ele nada podemos fazer. (cf Jo 15,5)  

Unidos na fé! E uma boa semana.

Alexandro Freitas  

quinta-feira, 16 de abril de 2015

“Por que buscais entre os mortos ao que vive?” Lc 24,5


Estamos no tempo pascal, celebramos a maior festa do calendário cristão, a ressurreição de Cristo, a vitória da vida sobre a morte. Se nosso primeiro pai, Adão nos fechou as portas do paraíso, Cristo, o novo Adão, nos escancara as portas outrora fechadas e nos devolve a dignidade perdido pelo pecado.

         Celebrar a páscoa significa querer de verdade uma mudança radical de vida, talvez a grande dificuldade em querermos mudar radicalmente nossa postura é que estamos acostumados com o sectarismo, somos propensos a querer só uma parte, quer dizer, a melhor parte e não nos damos conta que é preciso assumir o “pacote” todo. Se quisermos de verdade seguir Cristo não podemos achar que só ter aparência de bonzinhos basta, é preciso ser cristão inteiro, ou seja, o exterior deve ser reflexo do interior, aliás, o processo de passagem para uma vida nova começa sempre de dentro para fora é preciso sepultar lá no fundo do tumulo, tudo o que nos impede de sermos todo de Deus e fazermos ter novo fôlego tudo o que nos aproxima de Cristo.

         Que nesses dias do tempo pascal possamos apoiados no que aprendemos dos exercícios quaresmais fazermos a experiência de ressuscitarmos com Cristo e plenos dessa vida nova que brota d’Ele levar outros a também serem novos.

         Fiquem com Deus!


Alexandro Freitas.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

A presença do Padre


A ausência de um padre de verdade, dentro de uma vida, é uma privação sem nome.
O maior presente que se possa dar, a maior caridade que se possa fazer, é um padre que seja verdadeiramente um padre. É a coisa mais próxima que se possa imaginar, aqui na terra, da presença visível de Cristo…
Em Cristo, há uma vida humana e uma vida divina. No padre, a gente quer encontrar também uma vida verdadeiramente humana e uma vida verdadeiramente divina. A desgraça é que muitos padres parecem que estão amputados seja de uma, seja de outra.
Há padres que parecem não ter tido jamais uma vida de homem. Eles não sabem pesar as dificuldades de um leigo, de um pai ou de uma mãe de família no seu verdadeiro drama humano. Não conseguem ter uma ideia clara do que é, de verdade, a dolorosa vida de homem ou de mulher.
Quando algum leigo, uma vez que fosse, encontrou um padre que o compreendeu, que penetrou, com um coração de homem, na sua vida, em suas dificuldades, jamais, daí para frente, o esqueceu.
Com uma condição, todavia, de que confundindo sua vida com a nossa, não viva exatamente como nós. Durante muito tempo os padres trataram os leigos como crianças. Hoje, alguns, passando de um extremo a outro, se tornaram nossos colegas. A gente preferiria que eles permanecessem pais. Quando um pai de família vê o filho crescer, ele o trata como homem e não como criança, mas sempre como um filho.
Temos necessidade igualmente que o padre, além de viver uma vida humana, viva uma vida divina. O padre vivendo em meio a nós, deve permanecer de outro lugar. Eis os sinais que nós esperamos dessa presença divina no padre:
A oração: há padres que nunca foram vistos rezando (o que, de fato, se chama rezar);
A alegria: quantos padres preocupados, angustiados!;
A liberdade: nós o queremos livre de toda ideologia, de todo preconceito;
O desinteresse: nós nos sentimos por vezes utilizados por ele em vez de sentirmos que ele nos ajuda a crescer;
A discrição: ele tem que ser aquele que se cala (a gente perde a confiança naquele que nos faz muitas confidências);
A verdade: que ele seja o homem que diz sempre a verdade;
A pobreza: é essencial. Que seja livre do apego ao dinheiro; que se sinta arrastar instintivamente, como por uma especial “lei da gravidade”, para os pequeninos, para os pobres;
O sentido da Igreja: enfim, que ele não fale jamais levianamente da Igreja, como quem está fora dela. Um filho que julga a sua mãe, já está julgado.
Muitas vezes, porém, uma terceira vida toma conta da vida humana e divina do padre e as submerge: o padre se torna, então, o homem da vida eclesiástica, do “meio clerical”; seu vocabulário, sua maneira de viver, seu modo de chamar as coisas, seu gosto pelos pequenos interesses e pelas pequenas fofocas, tudo isso lhe coloca na face uma máscara que esconde dolorosamente o padre que, apesar disso, continua existindo por trás dela, sem dúvida…
A ausência de uma padre de verdade dentro de uma vida é uma miséria sem nome, a única miséria.
Madeleine Delbrêl (1904-1964), mística francesa, ensaísta e poeta.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Mensagem do papa Francisco para a Abertura da Campanha da Fraternidade 2014.

Por ocasião do início da Quaresma e na Igreja do Brasil da Campanha da Fraternidade, sua Santidade o papa Francisco mandou uma mensagem para os católicos, cristãos e gente de boa vontade, desejando que aproveitemos esses dias de profunda reflexão que a Quaresma nos propõem.

Segue o Texto na Integra:
_____________________________________________________________________________________________

Queridos brasileiros,

Sempre lembrado do coração grande e da acolhida calorosa com que me estenderam os braços na visita de fins de julho passado, peço agora licença para ser companheiro em seu caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de março, falando-lhes da Campanha da Fraternidade que lhes recorda a vitória da Páscoa: «É para a liberdade que Cristo nos libertou» (Gal 5,1). Com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, Jesus Cristo, libertou a humanidade das amarras da morte e do pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuraremos conscientizar-nos mais e mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e logo nos pediu para fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que mais sofrem: «Estás livre! Vai e ajuda os teus irmãos a serem livres!». Neste sentido, visando mobilizar os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira para uma chaga social qual é o tráfico de seres humanos, os nossos irmãos bispos do Brasil lhes propõem este ano o tema “Fraternidade e Tráfico Humano”. 
Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! «A este nível, há necessidade de um profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? A pessoa humana não se deveria vender e comprar como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se cúmplice desta prepotência» (Discurso aos novos Embaixadores, 12/XII/2013). Se, depois, descemos ao nível familiar e entramos em casa, quantas vezes aí reina a prepotência! Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada?
Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De poder, de fama, de bens materiais… E isso – pasmem! – a troco da minha dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo Espírito Santo que clama dentro de nós: «Abbá, Pai!» (cf. Gal 4,6). A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! No ano passado, quando estive junto de vocês afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de solidariedade; certo disso, faço votos de que os cristãos e as pessoas de boa vontade possam comprometer-se para que mais nenhum homem ou mulher, jovem ou criança, seja vítima do tráfico humano! E a base mais eficaz para restabelecer a dignidade humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos campos e nas cidades, pois Jesus quer derramar por todo o lado vida em abundância (cf. Evangelii gaudium, 75). 
Com estes auspícios, invoco a proteção do Altíssimo sobre todos os brasileiros, para que a vida nova em Cristo lhes alcance, na mais perfeita liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8,21), despertando em cada coração sentimentos de ternura e compaixão por seu irmão e irmã necessitados de liberdade, enquanto de bom grado lhes envio uma propiciadora Bênção Apostólica.

Vaticano, 25 de fevereiro de 2014.

[Franciscus PP.]

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Momento Kerigma Tema: Alegria em Deus


Momento Kerigma Tema: Alegria em Deus e nesse vídeo e toco violão....diga-se de passagem bem mal....o que vale é vc se deixar tocar por essa mensagem. Boa Semana.