Esse belíssimo pensamento de Santo Agostinho soa para alguns como mero trocadilho medieval para o conformismo da massa pobre participante da Igreja, porém esse Santo homem de Deus que além de muita sabedoria possuía em plenitude a humildade quis ir muito mais além, quis nos remeter a uma realidade bastante nova e desafiadora, o amor.
Com esse pensamento o bispo de Hipona ainda nos alertar para uma intrigante realidade, a da dicotomia pobreza e riqueza. Digo dicotomia porque muito se fala em riqueza e pobreza, mas pouco se reflete sobre o assunto. O que nos aponta Agostinho é justamente o fato de que ou nos convencemos de que o amor de Deus deve provocar em nós o amor ao próximo ou nos tornaremos até belos por fora mais vazios por dentro, isso é riqueza e pobreza, vejamos que podemos ter monetariamente tudo o que for possível, porem se isso não me torna um ser humano melhor me torno um rico pobre.
Agora, não vamos usar aquela frase “dinheiro não traz felicidade”, não é essa a discussão e sim o fato de o amor nos enobrecer na arte de transformar nossa pobreza em luz para o próximo, de extrair do outro o amor de que eu necessito e ao mesmo tempo doar a ele esse amor, quer dizer, fazer essa troca onde todos ganham e o amor aproxima as classes, as etnias, as diversidades, enfim todos os que desejam colocar as diferenças sob os pés de Deus e querem apenas estender a mão para somarmos forças para lutar por um mundo onde a paz e o amor sejam realidades vibrantes e fecundas.
Nunca perderemos quando apostarmos no amor, pois ele tudo espera, tudo suporta, tudo perdoa e as escrituras nos assegura isso, mais do que falar amar é fazer, são gestos transformados em ação, que fazem acontecer o verdadeiro amor. O que de verdade nos interessa é amar os irmãos, só amar e isso basta, o amor transforma a pobreza, a secura em fonte renovadora, em manancial de fraternidade e ajuda mútua, transforma o pobre e o rico em irmãos, aliás quando há amor todos são ricos, ricos da graça de ser unidade que simplesmente ama e se deixar amar.
Amar é o que nos falta para sermos mais amigos e menos omissos. Amar é o que vai nos aproximar de Deus e do seu amor, que é infinitamente maior que o nosso mais que também nós sejamos reflexos dele já aqui com o próximo.
Pense Nisso e Deus os abençoe.