sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Como vela que queima e se doa.


Com o fim de mais um ano trazemos em nossa memória muitas alegrias, tristezas, realizações, decepções enfim trazemos em nós vida, isso mesmo, dentro do processo que chamamos, vida vemos e fazemos coisas das quais gostamos ou não, coisas que nos orgulhamos e coisas das quais nos arrependemos enfim, o fato é que viver implica escolher.

Uma das questões mais vitais é justamente saber quanto vale viver?  Quanto custa uma vida? Parece não fazer muito sentido questionar-se sobre isso quando tudo vai bem, porém quando fazendo uma retrospectiva vemos quantos morreram brutamente assassinados por tão pouco ou quase nada, quando voltamos os olhos para dentro de nós mesmos e questionamos lá no nosso intimo, e se fosse eu? Será que nossa consciência pesaria sobre nós? Por isso eu gostaria de lhe propor que no próximo ano juntos nos comprometemos a olhar para uma vela.

Sim, uma vela que se doa ao se queimar e só desiste quando toda a cera e o pavio se gastam. Assim também deve ser cada um de nós capazes de nos doar em nome de Cristo. Pois uma vela não precisa de nada além de luz, aliás, essa é sua principal missão, levar luz, e a nossa também é transmitir essa luz para todos os que se aproximarem de nós.     

             Vale a pena ser luz, pois uma fonte de luz atrai luz para si também, lembremos que a fonte da nossa chama de luz é Cristo Jesus, coloquemo-nos frente a ele para recebermos sua luz e com ela iluminar 2012.

Um ano cheio de luz pra vocês amigos e leitores do Kerigma, aproveitemos 2012 para continuarmos nos comunicando de coração pra coração e nos doando no amor assim como a vela que queima no altar senso esse sinal iluminador.

Deus-lhes ilumine e um santo 2012.

Alexandro Freitas   

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Quem são os Santos Inocentes???


 Somente a monstruosidade de uma mente assassina, cruel e desumana, poderia conceber o plano executado pelo sanguinário rei Herodes: eliminar todas os meninos nascidos no mesmo período do nascimento de Jesus para evitar que vivesse o rei dos judeus. Pois foi isso que esse tirano arquitetou e fez. 

Impossível calcular o número de crianças arrancadas dos braços maternos e depois trucidadas. Todos esses pequeninos se tornaram os "santos inocentes", cultuados e venerados pelo Povo de Deus. Eles tiveram seu sangue derramado em nome de Cristo, sem nem mesmo poderem "confessar" sua crença.

Quem narrou para a história foi o apóstolo Mateus, em seu Evangelho. Os reis magos procuraram Herodes, perguntando onde poderiam encontrar o recém-nascido rei dos judeus para saudá-lo. O rei consultou, então, os sacerdotes e sábios do reino, obtendo a resposta de que ele teria nascido em Belém de Judá, Palestina.

Herodes, fingindo apoiar os magos em sua missão, pediu-lhes que, depois de encontrarem o "tal rei dos judeus", voltassem e lhe dessem notícias confirmando o fato e o local onde poderia ser encontrado, pois "também queria adorá-lo".

Claro que os reis do Oriente não traíram Jesus. Depois de visitá-lo na manjedoura, um anjo os visitou em sonho avisando que o Menino-Deus corria perigo de vida e que deveriam voltar para suas terras por outro caminho. O encontro com o rei Herodes devia ser evitado.

Eles ouviram e obedeceram. Mas o tirano, ao perceber que havia sido enganado, decretou a morte de todos os meninos com menos de dois anos de idade nascidos na região. O decreto foi executado à risca pelos soldados do seu exército.

A festa aos Santos Inocentes acontece desde o século IV. O culto foi confirmado pelo papa Pio V, agora santo, para marcar o cumprimento de uma das mais antigas profecias, revelada pelo profeta Jeremias: a de que "Raquel choraria a morte de seus filhos" quando o Messias chegasse.

Esses pequeninos inocentes de tenra idade, de alma pura, escreveram a primeira página do álbum de ouro dos mártires cristãos e mereceram a glória eterna, segundo a promessa de Jesus. A Igreja preferiu indicar a festa dos Santos Inocentes para o dia 28 de dezembro por ser uma data próxima à Natividade de Jesus, uma vez que tudo aconteceu após a visita dos reis magos. A escolha foi proposital, pois quis que os Santinhos Inocentes alegrassem, com sua presença, a manjedoura do Menino Jesus.



fonte: site Paulinas

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Video Santo Estêvão - Pe. Fernando Santamaria





Santo Estêvão - 26 de Dezembro

Nos capítulos 6 e 7 dos Atos dos Apóstolos encontramos um longo relato sobre o martírio de Estêvão, que é um dos sete primeiros Diáconos nomeados e ordenados pelos Apóstolos. Santo Estêvão é chamado de Protomártir, ou seja, ele foi o primeiro mártir de toda a história católica. O seu martírio ocorreu entre o ano 31 e 36 da era cristã. Eis a descrição, tirada do livro dos Atos dos Apóstolos:

"Estêvão, porém, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se então alguns da sinagoga, chamados dos Libertos e dos Cirenenses e dos Alexandrinos, e dos da Cicília e da Ásia e começaram a discutir com Estêvão, e não puderam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. Subornaram então alguns homens que disseram: 'Ouvimo-lo proferir palavras blasfematórias contra Moisés e contra Deus'. E amotinaram o povo e os Anciãos e Escribas e apoderaram-se dele e conduziram-no ao Sinédrio; e apresentaram falsas testemunhas que disseram: 'Este homem não cessa de proferir palavras contra o Lugar Santo e contra a Lei; pois, ouvimo-lo dizer que Jesus, o Nazareno, destruirá este Lugar e mudará os usos que Moisés nos legou'. E todos os que estavam sentados no Sinédrio, tendo fixado os olhares sobre ele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo".

Num longo discurso, Estêvão evoca a história do povo de Israel, terminando com esta veemente apóstrofe:

"'Homens de cerviz dura, incircuncisos de coração e de ouvidos, resistis sempre ao Espírito Santo, vós sois como os vossos pais. Qual dos profetas não perseguiram os vossos pais, e mataram os que prediziam a vinda do Justo que vós agora traístes e assassinastes? Vós que recebestes a Lei promulgada pelo ministério dos anjos e não a guardastes'. Ao ouvirem estas palavras, exasperaram-se nos seus corações e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, cheio do Espírito Santo, tendo os olhos fixos no céu, viu a glória de Deus e Jesus que estava à direita de Deus e disse: 'Vejo os céus abertos e o Filho do homem que está à direita de Deus'. E levantando um grande clamor, fecharam os olhos e, em conjunto, lançaram-se contra ele. E lançaram-no fora da cidade e apedrejaram-no. E as testemunhas depuseram os seus mantos aos pés de um jovem, chamado Saulo. E apedrejavam Estêvão que invocava Deus e dizia: 'Senhor Jesus, recebe o meu espírito'. Depois, tendo posto os joelhos em terra, gritou em voz alta: 'Senhor, não lhes contes este pecado'. E dizendo isto, adormeceu".

Santo Estêvão, rogai por nós!

Video Santo Estêvão - Pe. Fernando Santamaria

Video Santo Estêvão - Pe. Fernando Santamaria

sábado, 24 de dezembro de 2011

Ele nos amou por primeiro

É natal festa, ceia, presentes será??? Muitos falam isso e até querem que pensemos assim, porém sabemos o sentido primeiro do natal cristão. É festa sim, lembramos do grande amor que Deus nutre por nós seus filhos.

O mistério da encarnação é a demonstração da relação de Amor existente entre criador e criatura. Deus mostra mais uma vez que é dele o primeiro passo nessa relação, desde o antigo testamento vemos Ele vindo ao nosso encontro até que para concretizar e eternizar essa relação Ele vem morar entre nós fazendo-se um de nós e conosco.

Como é bonito perceber quão grande é o Amor de Deus, alguns colocam tanto confete nessa festa e esquecem que pode ser tido se tiramos o amparo da fé uma grande degradação de Deus, pois quem é capaz de conceber essa idéia de criador, todo poderoso descer a condição de criatura? Porém o amor de Deus não para por ai, vai além mesmo que pareça loucura é isto mesmo, Deus se fez gente. Com a encarnação nós somos elevados a condição divina sem que Ele perca essa sua condição e ao mesmo tempo Deus enobrece nossa condição humana elevando-a. Quanta riqueza!

Por isso cabe dizer mais uma vez que nosso espírito natalino deve ser permeado por esse sentimento o de que foi Ele, Deus, quem primeiro nos amou e nós somos agora incumbidos de distribuir generosamente esse amor aos irmãos.
Meu irmão, minha irmã hoje na hora em que você estiver celebrando a santa missa peça ao bom que insira em seu coração como é que devemos devotá-lo aos outros aos moldes do coração D’Ele, pois assim teremos um mundo melhor, quando o amor vier da primeira e única fonte, do coração de Deus.

Um santo e feliz natal a vocês amigos e leitores do blog Kerigma, continuemos unidos naquele que primeiro nos amou, Jesus Cristo.

Alexandro Freitas     

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Valor do Presépio de Natal.


Nessa época do ano vemos nas Igrejas e nas casas o presépio, como sabemos teve origem com São Francisco de Assis, o que muitos esquecem é que diante do presépio é preciso olhar mais do que a beleza das peças e da distribuição destas é preciso que nos coloquemos na cena, é preciso voltarmos para a noite santa onde se concretizou o grande mistério da encarnação do verbo onde Deus vem em nosso encontro e por ter por primeiro nos amado se fez um conosco experimentando nossa humanidade.

Quando falo de voltar para a cena da noite santa, não falo de um saudosismo vazio e sim de colocarmos nosso coração no presépio e percebermos que Deus quis nascer entre os pobres e da maneira mais pobre ao invés de berço teve uma manjedoura, ou seja, o lugar onde os animais comiam, e isso não é tão bonito quanto hoje colocamos a imagem do menino numa bela almofado ou sobre palhas decorativas, porém além disso precisamos dar um passo a frente e perceber se nosso coração tem sido manjedoura para o Cristo,  quer dizer se o estamos acolhendo, se a desculpa é a simplicidade do seu coração a abandone pois ele aprecia a simplicidade, se por acaso você apelar para  o fato de seu coração até hoje não ter contido coisas boas também não vale pois da mesma maneira que se limpou onde os animais comiam para depositar o recém nascido, é possível também limpar seu coração e este servir para a estadia do Menino Deus.

Enfim, natal é tempo oportuno para abandonarmos aquelas desculpas vazias para uma não conversão e de verdade assumirmos a causa de Jesus e fazermos de nossa vida um presépio pronto para receber o Cristo que já nasceu a mais de dois mil anos em Belém mais ainda não nasceu em muitos corações. Eis a chance, eis a rica oportunidade de receber o Cristo e poder quem sabe pela primeira vez viver um verdadeiro FELIZ NATAL.
                                      
                                                                                                                                      Alexandro Freitas

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Bento XVI sublinha importância de símbolos cristãos

Papa recebeu no Vaticano uma delegação ucraniana para a entrega da árvore que decora a Praça de São Pedro

Cidade do Vaticano, 16 Dezembro 2011– Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que a árvore de Natal e o presépio são elementos do “património espiritual” cristã que se contrapõem ao “consumismo e busca de bens materiais” nas sociedades contemporâneas.

O Papa falava a uma delegação da região ucraniana de Zakarpattya (Transcarpazia), que este ano oferece a árvore que decora a Praça de São Pedro, durante as celebrações natalícias.

“O Natal é uma festa cristã e os seus símbolos constituem uma importante referência para o grande mistério da Incarnação e do Nascimento de Jesus”, disse.

O abeto vermelho de 30,5 metros de altura e 4,9 toneladas, vindo da Ucrânia, chegou no primeiro dia deste mês à Praça de São Pedro, após uma viagem de sete dias e quase 1800 quilómetros.

A árvore, decorada com mais de 2500 bolas vermelhas e prateadas e o mesmo número de luzes brancas e amarelas, vai ser iluminada esta tarde durante uma cerimónia ecuménica na presença conjunta de membros da Igreja católica e da Igreja ortodoxa da Ucrânia.

O outro elemento central da Praça de São Pedro, neste Natal, é um presépio dedicado à vida da Virgem Maria, que vai ser inaugurado na tarde do dia 24.

Bento XVI sublinhou que a árvore vai ser “admirada” pelos habitantes de Roma e pelos “peregrinos que chegam de todo o mundo”, como um “símbolo significativo do Natal de Cristo”.

“Com os seus ramos sempre verdes, lembra o perdurar da vida; o abeto é também símbolo da religiosidade popular da vossa terra [Ucrânia] e das raízes cristãs da vossa cultura”, indicou o Papa aos participantes na audiência privada desta manhã.

Trata-se da primeira vez desde 1982, quando João Paulo II introduziu o costume de preparar uma árvore de Natal no Vaticano, que a Ucrânia a oferece ao Papa.

Além do abeto de 30 metros, Bento XVI recebeu 40 árvores mais pequenas, da região de Lviv, que decoram os apartamentos pontifícios, as residências dos cardeais, os escritórios da Cúria Romana e a sala de audiências dedicada a Paulo VI.

Após as festas do Natal, a madeira será doada a associações de beneficência, adiantou a Rádio Vaticano.
16 de Dezembro de 2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Estamos a espera daquele que há de vir.


            Advento como já sabemos é um tempo de expectativa e de preparação, afinal é a festa em que nos lembramos do nascimento de nosso amado e adorado senhor Jesus Cristo. Não é a maior festa do calendário cristão, porém é uma festa que nos desperta para o que de mais valioso temos que é a generosidade. Nessa época tudo ganha cores, luzes e vida e também nossas atitudes devem ser assim, sinal de vida.
Antes do natal, porém, temos o Advento que consiste em 4 semanas de preparação para a festa do nascimento de Jesus, não só isto mais também um tempo propicio para voltarmos para dentro de nós mesmos  e revermos nossas atitudes durante o ano, é tempo ainda de fazermos um balanço sobre o que decidimos fazer e a partir disso traçar metas para cada vez mais estreitarmos nosso caminho aos caminhos do Senhor.
Uma coisa é certa, Jesus nasceu a mais de dois mil anos, o mistério da encarnação é fato, esperar sua segunda vinda é nutrir nossa esperança e celebrar sua espera é a maneira mais justa de não nos esquecermos daquele que primeiro nos amou e veio morar conosco. Por isso se prepare bem para o natal aproveite a oportunidade que Deus nos dá para sermos cada vez mais e melhores para podermos servir o próximo. Essa é a luz maior do natal, servir a Deus no irmão até que ele venha e assim poderemos contemplá-lo face a face.

Bom Advento a todos.       
                                                                                                      Alexandro Freitas 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

TODA VEZ QUE EU PENSO EM DEUS


Toda vez que eu penso em Deus e, eu faço isso muitas vezes, embora eu ache que sejam menos vezes do que deveriam ser, toda vez que eu penso em Deus me vem a idéia de um ser aquilo que possa imaginar, totalmente ele mesmo, indescristivel, inenerrável, todo poderoso, sábio, infinitamente sábio.  

Deus não tem forma, ou pelo menos, não se parece com nada do que conhecemos. Não é um ser humano, mas é um ser; não é uma pessoa humana, mas é uma pessoa. Toda vez que eu penso em Deus, faço minha mente adaptar-se, até onde ela pode, ao infinito que Ele é e deixo de inventar imagens, figuras e conceitos que acabam sempre dando no limite e no humano.
Toda vez que eu penso em Deus, eu penso num ser ilimitado. Mas, há coisas que Ele não pode ser nem fazer. Por exemplo: odiar ou pecar. Isso é coisa que Deus não pode nem faz. Seria negar-se totalmente.
Toda vez que eu penso em Deus, eu penso em pureza; não penso em luz, não penso em energia, não penso em forças da natureza, não penso em coisas ou objetos ou acontecimentos. Tento repousar meu ser e minha mente, num ser infinito e totalmente diferente de tudo o que se conhece.
Se alguém me perguntasse qual é a idéia que eu tenho de Deus, eu demoraria meses e anos para explicar e não explicaria. Assim, eu resumo tudo da seguinte maneira: -Não sei como Deus é. Não sei quem Deus é. Mas eu sei que Ele "é" . Mais importante ainda: Ele me ama !

Fonte:


Pe. Zezinho scj

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O cerimoniário de Bento XVI, Guido Marini fala Sobre o Advento.



O jornal italiano Avvenire entrevistou Mons. Guido Marini, mestre das Celebrações litúrgicas Pontifícias sobre o tempo litúrgico que agora iniciamos. Abaixo encontra-se uma tradução. 

Monsenhor Marini, qual é o significado do Advento?
O Advento é o tempo da espera. Da espera que faz referência a uma vinda, que é a vinda do Senhor Jesus, o Filho de Deus, o único Salvador do mundo. O povo cristão, neste tempo forte do ano litúrgico, vive a própria fé renovando a feliz consciência de uma tríplice vinda do Senhor, como falaram os Padres da Igreja.
Isto é?
Uma primeira vinda, da qual fazemos memória, é aquela do Filho de Deus na história dos homens, no momento da Encarnação. Uma segunda vinda se realiza no hoje da vida, e é incessante. Esta se realiza de diversos modos, a começar pela Eucaristia, presença real do Senhor em meio aos seus, e também nos sacramentos, na palavra das Sagradas Escrituras, nos irmãos, especialmente os pequenos e necessitados. Uma terceira vinda, atenderá nossa esperança, é aquele que se realizará no fim dos tempos, quando o Senhor retornará na glória e tudo será recapitulado nEle.
O advento também possui uma dimensão mariana?
No tempo do advento o povo cristão é chamado a renovar a consciência que a sua vida é toda contida no mistério de Cristo, aquele que era, que é e que vem. Também por isto o Advento é um tempo marcadamente “Mariano”. A Santíssima Virgem é aquela que num modo único e irrepetível viveu a espera do Filho de Deus, é aquela que de modo singular é toda contida no mistério de Cristo.
De que modo os simples fiéis e as comunidades cristãs podem ajudar-se para viverem melhor este momento forte do tempo da Igreja?
Entrando neste tempo com uma atitude interior de quem se prepara para viver um período de conversão e de renovamento, orientando decididamente a própria vida ao Senhor. A Igreja, com o ano litúrgico, nos oferece periodicamente a graça de viver momentos espirituais fortes, ocasiões propícias para retornar com ímpeto ao caminho até a santidade. No advento este ímpeto possui um sentido singular, que é aquele da alegria. A alegria ao pensar que o Senhor já se mostrou no seu rosto de amor misericordioso e inimaginável. A alegria ao pensar que o Senhor é nosso contemporâneo e está hoje próximo a nós, no presente da nossa existência, no cotidiano simples da nossas jornadas. A alegria ao pensar que o futuro não está escondido na obscuridade, mas resplandece na luz do Céu, de Deus em Cristo. Todo isto transforma a experiência de vida também em uma virtude de conversão pessoal e comunitária, realizada através de uma oração mais intensa e prolongada, do distanciamento de uma mentalidade secularizada e de uma caridade mais generosa e autenticamente cristã.
Quais são as características das celebrações neste período?
A liturgia, através dos ritos e das orações, conduz à uma participação ativa do mistério celebrado. Portanto, nas celebrações do tempo do Advento, deve transmitir o sendo da espera típico do Advento. Deve fazer isto com suas próprias orações, com os cantos, com o silêncio, com as suas cores. E com as suas luzes. Em tudo deve fazer-se presente o mistério do Senhor que vem, Ele que é o Princípio e o Fim da história; em tudo deve-se perceber de algum modo tocável a alegria verdadeira e sóbria da fé; em tudo deve-se transparecer o empenho pela mudança do coração e da mente para uma pertença mais radical a Deus.
E quais as particularidades da liturgia pontifícia?
Embora estando em um contexto específico, devido à presença do Santo Padre, as liturgias papais não podem deixar de apresentar as características típicas deste tempo litúrgico. Com uma nota a mais: a exemplaridade. Porque não se pode esquecer que as celebrações presidida pelo Papa são chamadas a serem ponto de referência para toda a Igreja. É o Papa, o Sumo Pontífice, o grande litúrgo da Igreja, aquele que, também nas celebrações, exercita um verdadeiro e próprio magistério litúrgico ao qual todos devem convergir.
Este ano em particular a liturgia das Primeiras Vésperas inseriu uma “Vigília pela vida nascente”. Qual é o significado desta particular “combinação”?
Se trata de uma combinação que está se revelando feliz. A iniciativa de uma “Vigília pela vida nascente” proposta pelo Pontifício Conselho pela Famíla, vem de tal modo a inserir-se na celebração do início do Advento, um tempo muito propício para abordar o tema da vida. O Advento é o tempo da espera de Maria, que trazia no seio o Verbo de Deus feito carne.

O Advento é esperar a Verdadeira Vida, aquela que se manifestou no Filho de Deus feito homem, plenitude e cumprimento do desígnio de Deus sobre a humanidade. Naquela Vida, surgida em Belém, a dignidade de cada vida humana encontrou significado novo e definitivo. Assim, verdadeiramente, rezar pela vida nascente, no contexto das Primeiras Vésperas do início ano litúrgico, resulta significativo e providencial.
Fonte:  http://www.salvemaliturgia.com

Moral Cristã: O Coito Interrompido


Provavelmente o coito interrompido é um dos métodos mais antigos de contracepção (com exceção da abstinência sexual). Consiste na retirada do pênis de dentro da vagina no momento antes da ejaculação.
Esse método embora seja natural, não é aceito pela Igreja, porque interrompe a relação de forma egoísta, muitas vezes levando à esposa uma frustração por não ver completada a relação e diminuindo, indevidamente, o prazer no momento da ejaculação e da união física do casal.
Segundo muitos pesquisadores do assunto, pode levar o homem a ter ejaculação precoce. Não é também um método particularmente confiável de evitar a gravidez, já que poucos homens têm o auto-controle para pratica-lo corretamente em cada uma das relações sexuais. Embora geralmente acredita-se que o fluido pré-ejaculatório pode causar a gravidez, diversas pesquisas mostraram que este líquido não contém espermatozoides viáveis na primeira ejaculação, entretanto pode ser um meio de transporte para os espermatozoides da ejaculação anterior.
            Ainda segundo a doutrina moral da Igreja Católica, o ato sexual deve atender a dois aspectos, o unitivo e o procriativo. O unitivo reflete o dom de entrega total entre os esposos, e o procriativo implica na abertura à geração de filhos. Ainda segundo a mesma Igreja, é errado qualquer ação que, quer em previsão do ato conjugal, quer durante a sua realização, quer no desenrolar das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação”. (Catecismo da Igreja Católica: n° 2370).
            A norma moral da Igreja também afirma que para uma relação sexual ser completa, válida e consumar a união de um casal, o pênis ereto deve penetrar na vagina e ejacular dentro dela. A consumação, portanto do matrimônio e da relação sexual moralmente lícita e válida segundo a moral cristã deve possuir esses três elementos: a) Pênis ereto; b) Penetração na vagina; C) Ejaculação dentro da vagina. No coito interrompido podemos afirmar, portanto que a relação sexual não é completa, assim sendo, é moralmente incorreta e não aceita.
Ainda, no Can. 1061, o Direito Canônico admite que um matrimônio é válido e consumado apenas se “... o casal realizar entre si, de modo humano, o ato conjugal por si para a geração de prole, ao qual por sua própria natureza se ordena o matrimônio e pelo qual os cônjuges se tornam uma só carne”.
Por fim, “o corpo tem um significado esponsal porque revela o chamado do homem e da mulher a se tornarem dom um para o outro, um dom que se realiza plenamente na sua união de ‘uma só carne’. O corpo também tem um significado generativo que, se Deus permitir, traz um “terceiro” através desta união.” (MARIA, Julie. Conferência no I Congresso Internacional de Vida e Família (2008)).

Fernando R. Caldeira
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Fonte:http://esoanthropos.blogspot.com/

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

PASTORAL DO COPO D’AGUA


Rebeca foi escolhida ao dar de beber aos camelos do servo de Isaque.(Gn 24,14-24)
A samaritana foi convertida por causa de um gole de água. (Jo 4,7)

Jesus provavelmente tinha sede quando pediu àquela mulher de outro povo, de outra religião e de outros costumes que lhe desse um pouco de água. Ela não negou, mas achou estranho que um homem judeu falasse com ela, que era samaritana. Ele e não ela estava transgredindo um costume. E daí? O mesmo homem que lhe pediu água e conversou longamente com ela, também colheu ( Mt 12,1-8) e curou em dia de sábado( Mt 12, 10-13) e quebrou diversas tradições que não faziam mais sentido, enquanto conservou as que ainda tinham sua razão de ser. Por isso disse que se ela soubesse quem ele era, sedenta como era de afeto, iria pedir da água que ele tinha.
A mulher já tivera cinco homens e estava no seu sexto companheiro. De conversa em conversa ele a convenceu, sem humilhá-la, sem ofender, sem diminuir, sem perder a gentileza. Ela podia ter seus pecados, mas era sincera. Falava a verdade e era boa de conversa. Mostrava franqueza, não mentiu e mostrou que sabia ouvir. Fanática ela não era!. Sabia ver valor nos outros. Por isso, foi possível dialogar.
Fanáticos, mentirosos e manipuladores que nunca sustentam suas promessas e que se acham os donos da situação, tornam difícil qualquer diálogo. Com Herodes Jesus ficou calado. Não havia verdade no rei( Lc 23,8-12). Com Pilatos, falou claro (Lc 23,1-7), com os fariseus teve debates intensos, mas com a samaritana foi amistoso, sincero e franco. Ela o fez por merecer. Abriu-lhe o coração.
A conversa foi longa e boa. Tão boa que ela deixou o cântaro lá no poço.(Jo 4,28) e foi buscar gente para conhecer Jesus. Aquilo, sim é que era conversar! Devia ser uma mulher bonita e com alguma liderança. Afinal, encantara seis homens e ali, no ato, trouxe muita gente até Jesus. É de se supor que tenha mudado de vida. Jesus não fazia o trabalho pela metade. Se alguém o acolhia, ele convertia. Forçar, nunca! Ela mostrou-se receptiva e Jesus a recebeu no Reino..
E pensar que tudo começou com um pouco de água à beira de um poço… A água e a conversa mudaram aquela mulher influente. Jesus diria mais tarde que um copo de água dado em seu nome não ficaria sem recompensa. No caso dela, não ficou!
Aprendamos com Jesus a lidar com pessoas de comportamento diferente do nosso,.e com gente que crê e pensa de maneira diferente da nossa. Ternura, franqueza, diálogo, gentileza! Um bom lembrete aos que desejam participar da pastoral da acolhida e da visitação. Jesus começou pedindo ajuda; só depois ofereceu a dele! Teríamos a mesma humildade ?…
Pe. Zezinho scj

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

CATEQUESE À LONGO PRAZO

Imagine um casal católico, ambos com 48 anos, ambos professores. Filhos criados e colocados na vida. Junto a uma de suas filhas, de 27 anos, formada em direito me procuraram para uma conversa. Assunto: o ensino da fé na sua paróquia. Pelo que ouviam no rádio e no meu programa de TV perceberam que também eles sabiam pouco. Poderiam saber muito mais do que sabiam. Disseram textualmente: – Alguns jovens de 18 anos estão sabendo mais religião do que nós que temos mais estudos do que ele.
Disseram ter percebido que na sua paróquia muitos católicos tinham mudado de igreja e que, apesar da sinceridade, a maioria dos paroquianos apenas ouvia: não lia nada sobre sua igreja e não conhecia o catecismo. Para cúmulo dos cúmulos, o padre pregava muito fervor e muita devoção, mas também tinha pouca cultura. O padre também não era de ler livros nem documentos. Seus sermões só falavam de aceitar Jesus e orar pela família e pelos outros. Também ele, embora formado num seminário, andava mal informado. Nos últimos três anos ele nem uma vez falara dos últimos documentos da Igreja e da situação do país. Era piedoso, mas pouco estudioso.
Se meus ouvintes pensam que estou inventando erraram. O fato aconteceu. Procuraram-me porque decidiram fazer alguma coisa para mudar a situação. Os católicos adolescentes, jovens e adultos da sua paróquia de bairro de classe média em São Paulo precisavam saber mais sobre sua Igreja. E queriam começar por si mesmos porque admitiam saber menos do que poderiam saber.
Falei-lhes de catequese à longo prazo. E expliquei que com a capacidade de leitura que demonstravam se lessem, ainda que por alto, sobre os 15 temas que eu lhes indicaria, em dois anos estariam suficientemente informados para se apresentar como os mais novos catequistas da diocese. Deveriam fazer um curso, mas se não tivessem tempo, conversassem com o padre responsável pela catequese e se submetessem a um exame de conhecimentos gerais de catolicismo. Depois, haveria outros critérios posto que cada diocese tem os seus. Mas o importante era que com diploma de pedagogia eles tivessem também os conhecimentos básicos.
Fui com eles a duas livrarias: uma católica e outra, não confessional. Fiz a lista e mostrei alguns livros. Ficaram encantados. Devem ter gasto mais de 3 mil reais. Se eu estava indicando era porque os autores eram bons.
Querem saber o que mostrei?
1. Bíblia comentada
2. Catecismo oficial da Igreja católica
3. Compendio da Doutrina Social católica
4. Concílio Vaticano II
5. Encíclicas dos papas desde l965
6. Documentos da Igreja da America do Sul desde l967
7. Três livros de Bento VXI
8. História Universal
9. História da Igreja, com acento no que houve depois de l848 e 1870 com a perda dos Estados Pontifícios e o Vaticano esvaziado do poder temporal.
10. Noções básicas de Antropologia, Filosofia, Psicologia, Teologia, Sociologia, Comunicação religiosa, Pastoral católica, Exegese católica, Eclesiologia, Cristologia.
Seguiram a lista detalhe por detalhe e anotaram os autores que, na minha opinião, eu considerava importantes; entre eles, profundos pensadores católicos ou de formação católica, evangélicos de renome, judeus de grande impacto, até alguns ateus.
Isto foi em 2007 quando da publicação do Documento de Aparecida. Mostrei-lhes os números 98, 99 e 100 que considero um safanão nos católicos adormecidos, acomodados e superficiais e um aplauso aos que desejam saber mais e se comprometer com a realidade em que vivem. Li-os pausadamente, enquanto a mãe dizia: ¬ – Meu Deus! Quanta riqueza que não nos foi mostrada nas missas! Nosso padre, que sempre celebra a missa das 10 não deve ter lido nada disso…
Sugeri que o perdoassem. Ele pode ter sido formado numa pastoral ou teologia minimalista. Afunilou-se e não ampliou o leque de saberes; coisa que a um catequista ou pregador não é aconselhável.
Que faltam conhecimentos básicos de catequese a nossos comunicadores, depreende-se de algumas canções executadas nos templos e estádios, por assembléias entusiasmadas que nem percebem que estão cantando erros crassos de doutrina, doutrinas de outras religiões que se infiltraram em nossos movimentos e em nossas missas, sem que alguém se disponha a corrigi-las.
Guardai-me como coisa vossa…
Maria, teu nascimento nos trouxe a salvação…
Quero amar somente a Deus
Criaste o infinito para a vida ser mais
Sem Maria não haveria redenção…
Sou um nada desde que nasci.
Divina Maria, mãe do divino Senhor
Todas as graças é por Maria que nos vêm.
Deixaste que eu pecasse pra mostrar o quando és bom…
Talvez eu volte a viver neste mundo…
Quando eu oro tu me dizes o que fazer
Se eu pedir com insistência, sei que não me negarás…
Mil orações de poder cantarei
Tudo poder ser explicado, mas, se não combina com a doutrina não adianta o pregador ou catequista explicar. Continuará um erro. Não há como explicar que o gelo é quente!…
Quanto à família que me procurou, já está dando catequese, foi aprovada e o padre responsável pela pastoral catequética da diocese me perguntou se conheço outros como eles. Conheço. Aliás, os já citados números 98 a 100 do Documento de Puebla também os conhece!…

Fonte:www.padrezezinhoscj.com

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

SÃO CARLOS BORROMEU

 Carlos, o segundo filho de Gilberto, nasceu em 2 de outubro de 1538. Menino ainda, revelou ótimo talento e uma inteligência rara. Ao lado destas qualidades, manifestou forte inclinação para a vida religiosa, pela piedade e o temor a Deus. Ainda criança, era seu prazer construir altares minúsculos, diante dos quais, em presença dos irmãos e companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que tinha observado na Igreja. O amor à oração e o aborrecimento aos divertimentos profanos, eram sinais mais positivos da vocação sacerdotal.
O ano de 1562 veio a Carlos com a graça do sacerdócio. 
No silêncio da meditação, lançou Carlos planos grandiosos para a reorganização da Igreja Católica. Estes todos se concentraram na idéia de concluir o Concílio de Trento. De fato, era o que a Igreja mais necessitava, como base e fundamento da renovação e consolidação da vida religiosa. Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu tio (que era cardeal e foi eleito Papa, com o nome de Pio IV) para esta necessidade, reclamada por todos os amigos da Igreja. De fato, o Concílio se realizou, e Carlos quis ser o primeiro a executar as ordens da nova lei, ainda que por esta obediência tivesse de deixar sua posição para ocupar outra inferior.  
Carlos sabia muito bem que a caridade abre os corações também à religião. Por isto foi que grande parte de sua receita pertencia aos pobres, reservando ele para si só o indispensável. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família, distribuía-os entre os desvalidos. Tudo isto não aguenta comparação com as obras de caridade que o Arcebispo praticou, quando em 1569-1570, a fome e uma epidemia, semelhante à peste, invadiram à cidade de Milão. Não tendo mais o que dar, pedia ele próprio esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio, que teriam ficado fechadas. Quando, porém, em 1576, a cidade foi atingida pela peste, e o povo abandonado pelos poderes públicos, visto que ninguém se compadecia do povo, ainda procurava os pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos sacramentos. Tendo-se esgotado todas as fontes de recurso, Carlos lançou mão de tudo o que possuía, para amenizar a triste sorte dos doentes. Mais de  cem sacerdotes tinham pago com a vida, na sua dedicação e serviço aos doentes. Deus conservava a vida do Arcebispo, e este se aproveitou da ocasião para dizer duras verdades aos ímpios e ricos esquecidos de Deus.
Gregório XIII, não só rejeitou as acusações infundados feitas ao Arcebispo, mas ainda recebeu Carlos Borromeu em Roma, com as mais altas distinções. Em resposta a este gesto do Papa, o governador de Milão, organizou no primeiro domingo da Quaresma de 1579, um indigno préstito carnavalesco pelas ruas de Milão, precisamente à hora da missa celebrada pelo Arcebispo. O mesmo governador, que tanta guerra ao Prelado movera, e tantas hostilidades contra São Carlos estimulara, no leito de morte reconheceu o erro e teve o consolo da assistência do santo Bispo na hora da agonia. Seu sucessor, Carlos de Aragão, duque de Terra Nova, viveu sempre em paz com a autoridade eclesiástica. O Arcebispo gozou deste período só dois anos. 
Quando em outubro de 1584, como era de costume, se retirara para fazer os exercícios espirituais, teve fortes acessos de febre, aos quais não deu importância e dizia: “Um bom pastor de almas, deve saber suportar três febres, antes de se meter na cama”. Os acessos renovaram-se e consumiram as forças do Arcebispo. Ao receber os santos sacramentos, expirou aos 03 de novembro de 1584. Suas últimas palavras foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”. São Carlos Borromeu tinha alcançado a idade de 46 anos. 
O Papa Paulo V, canonizou-o em 1610 e fixou-lhe a festa para o dia 04 de novembro. 

São Carlos Borromeu, rogai por nós!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

VIDA DE SÃO MATINHO DE LIMA

 

Um simples santo


A Igreja lembra hoje, os dominicanos celebram-no com festa, um simples santo: São Martinho de Porres. Digo simples santo porque quem conhece a história da Ordem dos Pregadores lembra-se de grandes vultos como São Tomás de Aquino, Santo Alberto Magno, Santa Catarina de Sena, São Pio V, intelectuais, homens de pena na mão a discorrer sobre os mistérios de Deus. Ora, na Ordem dominicana, há santidade mesmo fora dos livros. Se os há com pena na mão também os há com a vassoura. Há santos intelectuais e há santos iletrados. Há uns que se tornaram santos pelo que escreveram e outros pelo que fizeram.
Quem é este São Martinho, entre os os espanhóis conhecido por Fray Escoba? Nasceu em Lima no ano de 1579. Filho de um espanhol e de uma mulata, aprendeu o ofício de ajudante de barbeiro-cirurgião e exercia este ofício quando pediu para entrar na Ordem de São Domingos. Foi admitido não para ser Padre mas Irmão Cooperador. O que se diz dele? "Dotado de admirável simplicidade, inocência e fé, e destinado aos ofícios mais humildes, foi exaltado por Deus com dons e carismas celestiais como a bilocação (presença simultânea em dois lugares), levitação e êxtase, sinal da sua grande e íntima relação com Deus". Amante do Santíssimo Sacramento, ficava horas na igreja em adoração; devoto do mistério da Paixão do Senhor, unia-se a ele pelos sacrifícios e mortificações a que se impunha. Enquanto frade, e embora desejando ser missionário no Japão para poder derramar o seu sangue pelo Senhor, tinha no convento os mais humildes (no século XVI eram mais humilhantes que humildes...) serviços como o da portaria, e aí exercia o ministério do acolhimento tratando com os pobres e doentes que batiam à porta para serem atendidos. O Papa João XXIII quando o canonizou em Maio de 1962 descreveu assim a sua acção apostólica: "Desculpava os defeitos dos outros e perdoava as mais graves ofensas, por estar persuadido de que era muito mais o que merecia pelos seus pecados. Procurava com todo o empenho trazer os pecadores ao bom caminho. Assistia carinhosamente os enfermos. Fornecia comida, roupas e medicamentos aos necessitados. Na medida das suas possibilidades, protegia, com todo o género de solicitude e ajuda, os camponeses, os negros e os mestiços, que nesse tempo exerciam os ofícios mais desprezíveis, de tal modo que mereceu ser apelidado «Martinho da caridade»".

Morreu em Lima, neste mesmo dia, há 370 anos (1639).

A propósito deste Santo é bem ajustada a oração de Jesus que lemos no Evangelho: "Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos".

Hoje peço pelos Irmãos Cooperadores da minha Comunidade. Temos dois. Um é porteiro e o outro é jardineiro. Continuam a exercer serviços "humildes" mas preciosos numa comunidade: a portaria que é o rosto do convento e os jardins, sempre gabados por quem nos visita. Que Deus os recompense por este trabalho de cooperação connosco e entre nós.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

João Paulo II cativava os fiéis para Cristo, diz Bento XVI


          "O Bem-aventurado Pontífice procurava a todo o momento cativar os fiéis não para si mesmo, mas cada vez mais para Cristo, para a tradição apostólica e para a comunidade católica unida ao colégio episcopal, que tem o Papa como sua cabeça”, destacou o Papa Bento XVI nesta segunda-feira, 24 durante o encontro com os mais de 300 membros da Fundação João Paulo II.

O encontro em comemoração aos 30 anos da fundação desta instituição, aconteceu na Sala Clementina, no Vaticano. A Fundação tem por objetivo oferecer suporte material para iniciativas de ordem religiosa, cultural, pastoral e social, ligadas ao pontificado de João Paulo II.

Bento XVI destacou que, como está descrito no estatuto da Fundação, "conscientes da grandeza do dom pessoal e do trabalho do Papa polonês para a Igreja, para sua terra natal e para o mundo, a Fundação visa conservar e desenvolver este patrimônio espiritual para as gerações futuras".

“Eu mesmo posso experimentar a eficácia destes esforços, quando recebo o amor e o sustento espiritual de tantas pessoas em todo mundo que me acolhem com afeto como Sucessor de Pedro, chamado pelo Senhor a confirmá-lo na fé. Eu agradeço a Fundação por continuar a cultivar este espírito e amor que nos une em Cristo”, disse Bento XVI.

O Santo Padre evidenciou o precioso papel do círculo de amigos da Fundação, espalhados por todos os continentes, comunidades de formação baseadas no ensinamento e no exemplo do Beato João Paulo II, e os milhares de benfeitores que sustentam as atividades desta fundação.

“Eles não se limitam a uma memória sentimental do passado, mas sabem discernir as necessidades do presente, eles olham para o futuro com solicitude e confiança, empenho para permear no mundo de forma mais profunda com o espírito de solidariedade e fraternidade”, disse o Pontífice agradecendo a Deus pelo dom Espírito Santo que os inspira.

Os 300 membros da Fundação João Paulo estavam acompanhados pelo Arcebispo de Cracóvia, Dom Stanisław Dziwisz e pelo presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Stanisław Ryłko.



Fonte: Canção Nova

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Qual amor eu tenho por mim???

Quando lemos a perícope do Santo Evangelho em que Jesus nos ensina que o maior de todos os mandamentos é Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos, (cf Mt 22, 34-40) duas reflexões devem ser feitas, a primeira é; Que é o Amor? E a outra, Como eu me Amo? Justamente porque sabemos que Amar a Deus que “teoricamente” ou “fisicamente” não vemos é fácil, até porque como nos afirma Bento XVI em sua primeira Encíclica;

 E, contudo, Deus não nos é totalmente invisível, não se deixou ficar pura e simplesmente inacessível a nós. Deus amou-nos primeiro — diz a Carta de João citada (cf. 4, 10) — e este amor de Deus apareceu no meio de nós, fez-se visível quando Ele “ enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para que, por Ele, vivamos” (1 Jo 4, 9). Deus fez-Se visível: em Jesus, podemos ver o Pai (cf. Jo 14, 9).”[1]

A justificativa de que Deus não tem rosto nem nome, já não vale mais ou ainda a de que criamo-lo por necessidade não se sustenta quando entendemos que é possível sentir Deus porque ele primeiro no amou e em nós faz sua morada a cada eucaristia que comungamos. Amar a Deus é sim muito fácil quando provamos seu Amor. 
Agora quando partimos para o âmbito do amar o outro como eu me amo, as coisas ficam bem preocupantes, vejamos hoje se prega que só devemos gostar de quem gosta da gente, ou ainda, apenas aos que podem me dar alguma recompensa ou um tipo de prazer. Assim corre-se o fascinante risco de se “auto-adorar” é o que comumente chamamos de “eu me basto a mim mesmo”, arisco a dizer que nunca o narcisismo[2] esteve tão em evidencia como nos últimos tempos. Parece que o justo grito de liberdade que tanto se pedia nos momentos históricos de privações de todo tipo, hoje se tornou antagonismo puro.
Isso claro, não justifica a descrença na humanidade ou ainda de se aplicar aquela injusta frase “esse mundo está perdido”, até porque é justamente o contrario é por mostrar que existe uma maneira justa e tão boa ou até superior de amar-se que é deixando se amar também, que vale a pena apresentar esse amor ao mundo, é preciso mostrar que a partilha é um dom.
Se procurarmos em vários escritos sagrados encontraremos entre eles no alcorão, no budismo, no espiritismo enfim a premissa do ser solicito a necessidade do outro, a ajudá-lo em suas necessidades, porém para nós cristão a dinâmica é mais desafiadora é preciso dar-se para o outro, afinal não foi isso que nosso Mestre Jesus fez? De fato, podemos chegar facilmente a essa conclusão, Deus só sabe amar! Por isso a Escritura afirma “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4, 16).  Vejamos amar é uma decisão, é uma ARTE sim, uma arte que é preciso saber usar, como dizia o pensador “Amar é bom; saber amar é tudo”[3], aprender essa arte é sem duvida tarefa árdua mais como gostava de dizer Chiara Lubich “A verdadeira arte de amar emerge por inteiro do Evangelho de Cristo” por isso o único modo de aprendermos a amar ao moldes de Cristo é simplesmente AMANDO.
Daí fica fácil responder a pergunta, Qual amor eu tenho por mim? Se for o que sufoca e quer as coisas só pra mim, amar o outro será sempre carta fora do baralho, agora se for o amor que emana de Jesus Cristo, esse sim vai nos levar a fazermos nosso amor passar pelo crivo do Irmão, vai fazer com que nos despojemos do supérfluo e de verdade aprendamos a Amar a Deus de tal forma que nada mais me será tão caro, existirá vontade de assim proceder, basta querer e buscar, como já foi dito é uma decisão e uma vez assumida deve nos levar a amar o irmão a ponto de se preciso for, dar a minha vida por ele, a exemplo do que fez Cristo Jesus por nós. 
               Um abraço fraterno, boa semana.
Deus lhes abençoe.

Alexandro Freitas


[1] Bento XVI, Deus Caritas Est – Sobre o Amor de Deus , 2005.
[2] Narcisismo descreve a característica de personalidade de paixão por si mesmo. A palavra é derivada da Mitologia Grega. Narciso era um jovem e belo rapaz que rejeitou a ninfa Eco, que desesperadamente o desejava. Como punição, foi amaldiçoado de forma a apaixonar-se incontrolavelmente por sua própria imagem refletida na água. Incapaz de levar a termos sua paixão, Narciso suicidou-se por afogamento.

[3] Chateaubriand, F.-R. In: Aforismi e citazione Cristiane. Casale  Monferrato: Piemme, 1994, p. 17.