sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Precisamos aprender a conviver


O comportamento humano é bastante imprevisível. Ora se conduz pela razão, ora pelos sentimentos, ou até pelas paixões e maus instintos. Com tal variedade de reações, apresenta-se como ser equilibrado num tempo, mas logo depois pode entrar em cena como um ser profundamente desequilibrado e dominado por paixões. E o que é pior: pode ser levado para a maldade e para atos absolutamente indignos de um filho de Deus.


Lembremos apenas alguns exemplos: Assustar um tranquilo motorista com um buzinaço; dar carne misturada com vidro a um cachorro; gritar assustadoramente com uma criança porque quebrou um brinquedo; torturar física ou psicologicamente um semelhante; abandonar um faminto à sua sorte; dar orientações falsas para um perdido na estrada. Isso é ser mau. É deliciar-se com o malfeito. É rir da desgraça dos outros. Mostra que a pessoa não sabe que temos um Pai, que ama a todos os Seus filhos e filhas. Esqueceu um princípio primordial de Jesus: “Não faça aos outros o que não quer que lhe façam”. A convivência humana precisa ser aprendida, antes de tudo, na família. É lá que, desde criança, a raça humana deve aprender a conviver. Certos princípios morais, caso não sejam aprendidos no lar, jamais serão aprendidos no decorrer da vida. É por isso que dizemos de pessoa honesta e bem formada: “ela tem berço”. É muito bom ter pais que ensinam: Não faça os outros sofrer; não deve roubar nada do que pertence aos outros; não engane o semelhante; seja sempre uma pessoa asseada; pague as suas dívidas; procure colaborar com as pessoas boas... Nos dias atuais, mesmo em meio a dificuldades conhecidas, a escola deve ajudar nesta formação humana. Mas não podemos deixar de seguir o Mestre por excelência. “Ele passou pela vida fazendo o bem”. A motivação religiosa costuma ser uma das inspirações mais fortes que podem existir. Basta olhar para Ele, ver Seu exemplo de não prejudicar ninguém, sobretudo, Seus gestos positivos em favor de todos, para nos convencermos de que este é o caminho da felicidade.
Dom Aloísio R Oppermann

Fonte: Canção Nova

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Discurso do papa Bento XVI aos Seminaristas na Alemanha


Queridos seminaristas,
amados irmãos e irmãs!
É com imensa alegria que me encontro aqui com jovens que se encaminham para servir o Senhor, que escutam o seu chamamento e desejam segui-Lo. Quero agradecer de modo particularmente caloroso a linda carta que o Reitor do Seminário e os Seminaristas me escreveram. Sensibilizou-me verdadeiramente o modo como reflectistes sobre a minha carta e, a partir dela, desenvolvestes as vossas perguntas e respostas; sensibilizou-me a seriedade com que acolhestes aquilo que tentei propor e, com base nisso, traçastes o vosso próprio caminho.
O melhor agora seria, por certo, podermos juntos estabelecer um diálogo, mas o horário da viagem – a que estou sujeito e devo obedecer – infelizmente não o permite. Por isso posso apenas procurar sublinhar uma vez mais alguns pensamentos à luz daquilo que escrevestes e do que eu tinha escrito.
 No âmbito da pergunta: «Onde se integra o Seminário? Que significado tem o período nele transcorrido?», fundamentalmente o que mais me impressiona é o modo como São Marcos, no terceiro capítulo do seu Evangelho, descreve a constituição da comunidade dos Apóstolos: «O Senhor fez os Doze». Ele cria algo, faz algo, trata-se de um acto criativo. E fê-los, «para que estivessem com Ele e para os enviar» (cf. Mc 3, 14): vemos aqui uma dupla intenção, que parece, sob certos aspectos, contraditória. «Para que estivessem com Ele»: devem estar com Ele, para chegar a conhecê-Lo, para O escutar, para deixar-se plasmar por Ele; devem andar com Ele, caminhar com Ele, aos pés d’Ele e seguindo os seus passos. Mas, ao mesmo tempo, devem ser enviados que partem, que levam para fora o que aprenderam, levam-no aos outros homens que estão a caminho; partem rumo à periferia, ao ambiente mais amplo, e rumo mesmo até ao que está muito distante d’Ele. E, no entanto, estes aspectos paradoxais andam juntos: se estão verdadeiramente com Ele, então estão sempre a caminho também rumo aos outros, então vão à procura da ovelha perdida. Então saem, devem transmitir aquilo que encontraram; então devem dá-Lo a conhecer, tornar-se enviados. E vice-versa: se quiserem ser verdadeiros enviados, devem estar sempre com Ele. Uma vez São Boaventura disse que os Anjos, para onde quer que vão, por mais longe que seja, movem-se sempre no seio de Deus. O mesmo sucede aqui. Como sacerdotes, devemos sair pelas inúmeras estradas onde se encontram os homens, a fim de os convidar para o banquete nupcial do Filho. Mas só o poderemos fazer, continuando sempre junto d’Ele. Ora, aprender este sair, o ser mandados, e conjuntamente estar com Ele, o permanecer junto d’Ele é precisamente – segundo creio – aquilo que devemos aprender no Seminário: o modo justo de permanecer com Ele, o ficar profundamente enraizados n’Ele – estar sempre mais com Ele, conhecê-Lo cada vez mais, conseguir cada vez mais não separar-se d’Ele – e, ao mesmo tempo, sair cada vez mais, levar a mensagem, transmiti-la, não conservá-la para si, mas levar a Palavra àqueles que estão longe e que todavia, enquanto criaturas de Deus e seres amados por Cristo, trazem no coração o desejo d’Ele.
Portanto o Seminário é um tempo de exercitação; e certamente também de discernimento e de aprendizagem: É para isto que Ele me quer? A vocação deve ser verificada, concorrendo para isto a vida comunitária e, naturalmente, o diálogo com os directores espirituais que tendes, para aprender a discernir qual é a sua vontade. E, depois, aprender a confiança: se verdadeiramente Ele o quer, então posso entregar-me a Ele. No mundo actual, que se transforma de maneira incrível e onde tudo muda continuamente, onde os vínculos humanos se rompem porque dão-se novos encontros, torna-se sempre mais difícil acreditar nisto: eu resistirei por toda a vida. No meu tempo, já não era muito fácil imaginar quantos decénios Deus pensava dar-nos, quanto mudaria o mundo. Perseverarei com Ele como Lhe prometi?... Trata-se de uma pergunta que exige a verificação concreta da vocação e depois – quando já reconheço que sim, que Ele me quer – também a confiança: Se Ele me quer, então também se sustentará; na hora da tentação, na hora do perigo, estará presente e enviar-me-á pessoas, mostrar-me-á estradas, sustentar-me-á. E a fidelidade é possível, porque Ele está sempre presente. É que Ele existe ontem, hoje e amanhã; Ele não pertence apenas a este tempo, mas é futuro e pode sustentar-nos em cada momento.
  Um tempo de discernimento, de aprendizagem, de vocação… E depois, enquanto tempo de estar com Ele, naturalmente tempo de oração, de escuta d’Ele. Ouvir, aprender verdadeiramente a escutá-Lo – na Palavra da Sagrada Escritura, na fé da Igreja, na liturgia da Igreja – e intuir o hoje na sua Palavra. Na exegese, aprendemos muitas coisas sobre o ontem: tudo o que havia então, as fontes que há, as comunidades que existiam, e assim por diante. Também isto é importante. Mas, mais importante é que, neste ontem, percebamos o hoje; que Ele, com estas palavras, fala agora e que todas elas encerram em si o seu hoje e que, para além do seu início histórico, contêm em si uma plenitude que fala a todos os tempos. E é importante aprender esta actualidade do seu falar – aprender a escutar – e assim poder dizê-lo aos outros homens. É verdade que, ao preparar a homilia para o Domingo, este falar – ó Deus! – muitas vezes está tão longe! Mas, se eu vivo com a Palavra, então vejo que de facto não está distante, é actualíssima, está presente agora, tem a ver comigo e diz respeito aos outros. E então aprendo também a explicá-la. Mas para isso é preciso caminhar de modo constante com a Palavra de Deus.
Uma coisa é estar pessoalmente com Cristo, com o Deus vivo; a outra é que temos possibilidade de acreditar sempre e só no «nós». Às vezes, digo que São Paulo escreveu: «A fé vem da escuta», não da leitura. Há necessidade também de ler, mas a fé vem da escuta, isto é, da palavra viva, das palavras que os outros me dirigem a mim e que posso ouvir; das palavras da Igreja através de todos os tempos, da palavra que actualmente me dirige por meio dos sacerdotes, dos bispos e dos irmãos e das irmãs. Faz parte da fé o «tu» do próximo, e faz parte da fé o «nós». E precisamente a exercitação no suportar-se mutuamente é muito importante; aprender a acolher o outro enquanto tal na sua diferença, e aprender que ele também deve suportar-me a mim na minha diferença, para nos tornarmos um «nós», a fim de podermos um dia também na paróquia formar uma comunidade, chamar as pessoas para entrarem na comunhão da Palavra e caminharem juntas para o Deus vivo. Faz parte disto o «nós» muito concreto que é o Seminário, como o será a paróquia, mas sempre também o olhar para mais além do «nós» concreto e limitado, ou seja, para o grande «nós da Igreja de todo o lugar e de todo o tempo, a fim de não fazermos de nós mesmos o critério absoluto. Quando dizemos «nós somos Igreja», dizemos certamente a verdade: somos nós, não uma pessoa qualquer. Mas o «nós» é mais amplo do que o grupo que o está dizendo. O «nós» é a comunidade inteira dos fiéis: os de hoje e os de todos os lugares e de todos os tempos. E não me canso de repetir ainda: é verdade que, na comunidade dos fiéis, existe por assim dizer o juízo da maioria efectiva, mas não pode jamais haver uma maioria contra os Apóstolos e contra os Santos: isso seria uma maioria falsa. Nós somos Igreja. Pois bem, sejamo-lo! Sejamo-lo precisamente no abrirmo-nos ultrapassando-nos a nós mesmos e no estarmos juntos com os outros.
Creio que, atendendo ao horário, deveria talvez concluir. Queria apenas dizer-vos mais uma coisa. A preparação para o sacerdócio, o caminho para ele requer, antes de mais, também o estudo. Não se trata de uma eventualidade académica que se deu na Igreja ocidental, mas é algo de essencial. Todos conhecemos estas palavras de São Pedro: «Estai sempre prontos a dar, em resposta a todo aquele que vo-lo peça, o logos da vossa fé» (cf. 1 Ped 3, 15). Hoje, o nosso mundo é um mundo racionalista e condicionado pelo carácter científico, embora este seja muitas vezes só aparente. Mas este espírito científico de querer compreender, explicar, de poder saber, da rejeição de tudo o que não seja racional é predominante no nosso tempo. Nisto há também algo de grande, apesar de frequentemente se esconder por detrás muita presunção e insensatez. A fé não é um mundo paralelo do sentimento, que possamos permitir-nos como um extra, mas é aquilo que abraça o todo, que lhe dá sentido, interpreta-o e lhe dá também as orientações éticas interiores, para que seja compreendido e vivido apontando para Deus e a partir de Deus. Por isso é importante estar informados, compreender, manter a mente aberta, aprender. Naturalmente, daqui a vinte anos, estarão na moda teorias filosóficas totalmente diversas das de hoje: quando penso como aquilo que era, entre nós, a moda filosófica mais alta e mais moderna, hoje já esteja completamente esquecido! Contudo não é inútil aprender estas coisas, porque há nelas também elementos duradouros. E sobretudo com isso aprendemos a julgar, a seguir mentalmente um pensamento – e a fazê-lo de modo crítico – e aprendemos a fazer com que, ao pensar, a luz de Deus nos ilumine e não se apague. Estudar é essencial: só assim poderemos enfrentar o nosso tempo e anunciar-lhe o logos da nossa fé. Estudar de modo crítico também – na certeza precisamente de que amanhã qualquer outro dirá algo de diverso –, mas ser estudantes atentos, abertos e humildes para estudar sempre com o Senhor, na presença do Senhor e para Ele.
Poderia, é verdade, dizer ainda muitas coisas e deveria talvez fazê-lo… Mas agradeço por me terdes escutado. E, na oração, tenho presente no meu coração todos os seminaristas do mundo – não tão bem, com os respectivos nomes, como os recebi aqui, mas encaminho-os interiormente para o Senhor: Que Ele a todos abençoe, a todos ilumine e indique a estrada justa e nos dê muitos e bons sacerdotes. De coração, muito obrigado!
Fonte: FREIBURG, quarta-feira, 28 de setembro de 2011 (ZENIT.org) –

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Onde há Deus, há futuro

Dias atrás, antes de deixar Roma para a terceira visita que faria a seu país natal – visita que termina hoje –, o Papa Bento XVI falou ao povo alemão pela televisão. Disse-lhe que o sentido de sua visita estava sintetizado no lema que nortearia seus encontros: “Onde há Deus, há futuro”. Em outras palavras: é necessário que Deus volte ao horizonte da vida de todos, já que, embora tenhamos necessidade dele, muitos o ignoram. Mesmo os que não o ignoram, por vezes se perguntam: Será que Deus existe realmente? E se existe, se ocupa realmente de nós? Podemos atingi-lo?

Há os que dizem que só acreditariam em Deus se pudessem encontrá-lo, tocá-lo e tomá-lo nas mãos como se pode fazer com qualquer objeto. “Temos que desenvolver de novo a capacidade de percepção de Deus, capacidade que existe em nós. Podemos intuir algo da grandeza de Deus na grandeza do cosmos.” Sim, “na grande racionalidade do mundo podemos intuir o espírito criador do qual esse espírito provém; na beleza da criação podemos intuir alguma coisa da beleza, da grandeza e da bondade de Deus. Na Palavra das Sagradas Escrituras podemos ouvir palavras de vida eterna, que não vêm simplesmente de homens, mas do Senhor”, afirmou Bento XVI.

Há um outro tipo de experiência de Deus que poderemos fazer: no encontro com pessoas que foram transformadas por Ele. Pensemos, por exemplo, no apóstolo Paulo ou em Francisco de Assis, em Madre Teresa de Calcutá, em Irmã Dulce ou em Irmã Lindalva. Podemos pensar igualmente em pessoas simples, desconhecidas do povo em geral e ignoradas pelos meios de comunicação social. Quando as encontramos, sentimos que delas nasce uma força que nos emociona, uma bondade que toca nosso coração, uma alegria que nos contagia. Temos certeza de que nelas Deus está presente. “Por isso, nestes dias desejamos empenhar-nos para tornar a ver Deus, para fazer com que nós mesmos sejamos pessoas através das quais entre no mundo a luz de esperança - luz que vem de Deus e que nos ajuda a viver” (Bento XVI).

Poderíamos pensar que a questão do ateísmo não seja um problema nosso, brasileiro, ao menos a ponto de nos preocupar. Ledo engano. A Fundação Getúlio Vargas apresentou, semanas atrás, um mapa das religiões aqui no Brasil, destacando que cresceu entre nós o número de ateus: atualmente, são 6,7% da população. Não é uma cifra desprezível: tendo nosso pais 190 milhões de habitantes, o número de ateus deve girar, pois, em torno de treze milhões de pessoas.

Saramago, famoso escritor português, prêmio Nobel de Literatura, falecido há pouco mais de um ano, declarava-se ateu. Dada a sua fama, era frequentemente entrevistado sobre isso. Numa dessas entrevistas, observou que “ Bento XVI jamais viu Deus e nunca se sentou para tomar um café com ele”. Se tivesse me conhecido (e haveria razão para isso?...), o mesmo ele poderia ter dito de mim. Sou cristão desde o nascimento; trabalho na Igreja desde criança e também nunca vi Deus. No entanto, alegro-me em poder servi-lo. Não que ele precise de mim; eu é que me realizo colocando minha vida a serviço do Evangelho de Seu Filho.

Um Evangelho que nada tem em comum com aquele que o próprio Saramago escreveu, no começo da década de noventa.

Identifico-me com a definição que o apóstolo e evangelista João apresentou de Deus, fruto de sua longa caminhada de fé: “Deus é amor”. Se Saramago ou qualquer pessoa me pedisse explicações sobre essa afirmação, me sentiria tentado a escrever um livro ou, então, a repetir o que Teresa de Calcutá disse a um repórter que lhe perguntou o que é rezar. Ela lhe disse: “É falar com Deus”. Quando o repórter lhe perguntou: “E o que Ele lhe diz, quando a senhora fala com Ele?” Ela lhe respondeu: “Ele não me fala; Ele me escuta. E se o senhor não for capaz de entender isso, nem eu serei capaz de lhe explicar”.

Também não saberei explicar quem é Deus. Sei, apenas, que não saberia viver sem Ele. Encontro-o na Igreja, na Bíblia, no próximo, na alegria e na dor. E, simplesmente, o amo. Sei que Ele me amou por primeiro. Como diria Santo Anselmo: “Eu creio para compreender”...

Dom Murilo S.R. Krieger

Fonte: CNBB

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

UM OLHAR APAIXONADO








"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante"


O que realmente é importante? Quais são as coisas de valor que podemos encontrar? Será que todas as coisas são da forma que se apresentam ou depende da maneira como a olhamos?

No mundo onde a “religião” do efêmero e do descartável rege a maioria das pessoas não é de se impressionar que muitos não percebam o mundo com os olhos apaixonados, não é motivo de espanto que homem na conquista do dia-dia perca a oportunidade de perceber o que está a sua volta. Há pessoas que lutam por um mundo melhor, diferente, utópico, na tentativa de transformar o que possuem em algo melhor, quando na verdade não percebem que aquilo que detém é valioso ao extremo, sendo necessário apenas um olhar diferenciado, um olhar que veja com as lentes do amor.

Há injustiça, tristeza e tantas outras coisas ruins presentes em nosso mundo? Sem dúvidas! Mas não é apenas é apenas isso! O que acontece é que nós estamos com os óculos errados, olhamos para as coisas com as lentes da desesperança e do pessimismo. Encontramos-nos abatidos porque nos esquecemos de admirar o mundo por aquilo que ele realmente é, e pelo que pode ser se começarmos a vê-lo sobre outra ótica.

Pode ser que nossos sentimentos, nossas esperanças ou até mesmo nossos desejos sejam pequenos ou simples demais para a construção de uma realidade melhor, mas não é isso que as desvaloriza, o que verdadeiramente desvaloriza é a disposição em olhar para as coisas como se elas não tivessem a mínima importância ou a incapacidade de transformação.

O pequeno príncipe personagem de Antonie Exupery entendeu o que era tornar importantes as coisas que possuía. Vivia sozinho em um planeta pequeno, e em seu mundo possuía uma rosa trazida pelos ventos e cuidada por ele com muito carinho, até que um dia ao chegar ao planeta terra, em uma de suas viagens, se deparou com um roseiral, espantado o pequeno príncipe disse que a rosa de seu planeta pensava que era única e importante, o homem que o acompanhava, no entanto, disse que o que a tornou importante foi exatamente o tempo que ele havia se dedicado a ela.

Será que não possuímos algo que pode ser importante se tratarmos de maneira importante?

Não são as pessoas que determinam a importância das nossas coisas, mas sim, o tempo que nos dedicamos a ela e o amor na qual imprimimos no tempo que passamos ao lado delas. Temos o poder de tornar a nossa vida melhor se cultivarmos um olhar enamorado. Temos a capacidade de transformação no instante em que passamos a enxergar a realidade com esperança e com o anseio de fazê-la melhor. Tudo depende de nós. As coisas se modificam na medida em que curamos nosso olhar de tudo aquilo que não exalta a nossa história.
Portanto amigo leitor comece cada dia pedindo a Deus a graça de ver o mundo da forma como Ele via, com expectativa de fazer a diferença a cada dia!

Abraço Fraterno
Gabriel Calvi 
                                                                                   Blog Pallavra do Bem



sábado, 24 de setembro de 2011

“Deixai, agora, vosso servo ir em paz”. (Lc 2, 29)

            Ao rezarmos esse cântico junto com o velho Simeão logo nos colocamos a pensar; será que também nós teremos a alegria de contemplar a face de Deus?
O Velho Simeão era um servo fiel, e acreditou piamente na promessa que fora feita por Deus aos seus antepassados, sabia que Deus viria visitar seu povo e ele estava vigilante, porém não estava estático, parado de braços cruzados e também não foi um golpe de sorte. Alguns podem dizer que ele estava no lugar certo e na hora certa, evidentemente não, Simeão vive um verdadeiro kairós, foi um encontro marcado não no crônos (tempo do relógio) e sim por Deus.
Bom seria se todos pudessem passar pela mesma experiência de Simeão, tomar o Senhor nos braços contemplando sua pequenez de recém nascido e ao mesmo tempo seu grandioso amor de Deus. Experiência semelhante a dele fazemos na Eucaristia onde também nos deparamos com a fragilidade do pão Eucarístico e ao comungarmos somos tomados da grandeza da misericórdia de Deus.
Rezar “deixai, agora vosso servo ir em paz” vai além de repetir o que está escrito na Bíblia e sim uma tomada de consciência de que se hoje o anjo da morte vier nos buscar estaremos prontos, primeiro porque nos encontramos com Deus na Eucaristia e depois porque confiamos em sua Palavra.
Meu irmão, minha irmã abramos nosso coração para tão grande mistério, que possamos toda a noite mais do que repetir o que Simeão disse, rezar com confiança e verdade que conseguimos contemplar a face de Deus, na Eucaristia, no irmão, na Palavra, no trabalho, nos meus mais simples gestos e que nada mais me importa. E se ainda não chegou minha hora ou ainda não consegui ver Deus nessas dimensões, que eu me esforce mais e busque vê-lo pois, triste será perder a oportunidade de contemplar Deus e perder-se, uma vez que a promessa é para todos basta buscar no  lugar certo e de coração sincero.

Deus lhes abençoe.
                                                                                                                   Alexandro Freitas    

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

‎"E vós, quem dizeis que eu sou?" (Lc 9,20)

Para essa pergunta o apostolo Pedro deu umas das mais belas respotas, onde declarou que Jesus é o Cristo, filho do Deus vivo. Evidentemente só pode dar essa resposta porque fez uma profunda experiencia de Cristo, tinha já convivido um bom tempo com o          Senhor e sabia quem ele era, daí frente a uma pergunta como essa bastava dar a resposta daquilo que via e vivia.
Porem, essa pergunta ainda hoje ressoa, a cada eucaristia o próprio Jesus nos pergunta “e pra você, meu filho, minha filha, quem eu sou?”  se de fato fizemos uma experiencia de Cristo como pessoa e uma experiencia verdadeira, rica e profunda não teremos dificuldade em repetir as belas palavras de Pedro. Agora se ainda não a fizemos  essa pergunta é um incentivo para passarmos a conhecê-lo mais de perto.
 O mais bonito no processo do encontro com Cristo é justamente perceber que não se trata deuma prisão ou vetação de uma serie de coisas e sim de uma descoberta da infinita bondade de Deus.
Jesus nos ama, ele se deu a conhecer, se fez gente, elevou-nos a dignidade de pessoa e nos inserriu no seio da trindade santa e nos dá a oportunidade de mais do que responder uma simples pergunta, fazermos uma profunda experiencia do verdadeiro Amor.
Meu irmão, minha irmã que possamos a luz desse evangelho descobrie quais são nossas motivações para seguir Jesus e pensarmos qual será nossa resposta na proxima vez em que formos comungar. Pense e reflita a pergunta ecoa e precisa de uma resposta sua.
Deus lhes abençoe.
                                                                                 Alexandro Freitas  

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Bento XVI é o Papa mais lido do mundo




      O papa Bento XVI foi apontado ontem “o Papa mais lido do mundo” pelo cardeal alemão Walter Brandmueller na abertura ao público da mostra de 600 volumes de livros de Joseph Ratzinger em Castel Gandolfo. Segundo o religioso alemão, “Bento XVI é um caso único em toda a história do Papado” por causa da quantidade e variedade de livros que já escreveu e lançou. Sua última obra foi “Jesus de Nazaré”. A exposição foi inaugurada pelo próprio Pontífice em Castel Gandolfo e seguirá em seguida para o Pontifício Colégio Teutônico de Santa Maria d’Alma, no Vaticano, para ir depois para Friburgo, por onde Bento XVI passará na próxima semana. Na exposição, os visitantes podem conferir volumes representantes de mais de 25 países, desde a edição romena de “O Sal da Terra” até a versão chinesa da monografia “Deus e o mundo”. O chefe do colégio, Algo Parmeggiani, deu as boas-vindas aos presentes em nome do reitor, Hans-Peter Fischner, e afirmou que, para a instituição, “onde o Papa quis passar um tempo com cardeais e onde, segundo suas próprias palavras, achou muito boa a iniciativa de ‘uma grande honra e inesquecível honra’”. No evento de abertura da exposição, o diretor da Livraria Editora Vaticana (LEV), dom Giuseppe Costa, agradeceu ao diretor da casa editorial homônima, Manuel Herder, pelas relações de colaboração cordial com sua livraria. Anteontem, o líder máximo da Igreja Católica recebeu os responsáveis pela mostra. Na ocasião, ele observou que, quando um livro é lançado, o aturo ganha notoriedade, mas continua na sombra do trabalho daqueles que contribuíram para realizá-lo.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Oportunidade de conversão


        Seguir a Deus não significa não ter cruz, por isso não devemos desanimar, mas confiar que o Senhor tem o melhor para nós. Temos de compreender que, na vida, nós estamos numa caminhada e o ponto de partida para todos nós é compreender que as tribulações não podem ser compreendidas como castigo ou obstáculo. Não há discipulado sem cruz, no eixo do discipulado há cruz.


     Quando eu falo de cruz, estou falando do Crucificado, o nosso Redentor. No discipulado, tribulação, sofrimento e aflições são parte do caminho de santificação. Se nós olharmos para a nossa vida veremos que todas as situações de sofrimento nos levam a um caminho de purificação.A tentação vem do diabo, e as tribulações são permitidas por Deus. Vejamos essa passagem bíblica que nos ajudará a meditar melhor sobre essa realidade:"Pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho (Pr 3,11s). "Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige? Mas se permanecêsseis sem a correção que é comum a todos, seríeis bastardos e não filhos legítimos" (Hb 12,6-8).Você percebe que o discípulo precisa ser formado e provado. Quem ama quer constantemente provas de amor. O "castigo" de Deus não é um castigo para nos aniquilar ou fazer o mal, mas para nos formar e educar.Na escola de Jesus temos as tribulações e provações como pedagogia, mas tudo isso por amor. Nós temos de compreender que nós estamos na pedagogia da cruz e que o sofrimento nos ajuda.Olhamos para o esvaziamento de Jesus na cruz e nos perguntamos: "Por que Deus não fez nada? Por que Ele não tirou Seu Filho da cruz?" Isso é a sabedoria de Deus Pai. Ninguém gosta de sofrer nem deve pedir ou buscar o sofrimento, pois não precisa fazer isso, ele vem de qualquer forma.Mais importante do que a saúde do corpo é a saúde da alma, por isso as provações estão a nosso favor e constituem uma sábia pedagogia de Jesus. As provações nos tiram do mundo e nos levam para Deus.Se você está muito mergulhado nos prazeres do mundo, muito abastecido dos bens materiais ou tem tudo nas mãos, eu lhe digo: Você não é uma pessoa feliz, porque essas são alegrias momentâneas e vão passar. Hoje o mundo somente nos oferece prazeres que passam rapidamente como as drogas, bebidas e tantas outras coisas. Por isso digo mais uma vez: as provações nos arrebatam para Deus. O Senhor não mexe com quem não quer, mas Ele permite que as provações aconteçam para aqueles que querem segui-Lo de perto, porque essa pessoa saberá entender que é para o seu bem.Você acha que é uma pessoa que já produz algum fruto? Claro se nós estamos aqui ou acompanhando, onde quer que você esteja, é sinal de que já damos muitos frutos, por isso há a necessidade de sermos podados para poder dar mais frutos.É verdade que isso dói, e dói mesmo, mas é para o nosso bem. Eu indico um livro muito bom sobre a vida de Madre Teresa de Calcutá, que reflete para nós uma mulher que se entregou totalmente a Nosso Senhor e lutou pela santificação da Índia, um grande exemplo de vida, plena de caridade, dedicada ao povo e a Deus. Ela, mesmo passando por um momento terrível de aridez espiritual, nunca deixou de praticar o bem, a caridade.Nós queremos, muitas vezes, vida fácil, não queremos enfrentar os demônios interiores porque queremos facilidade. Temos, muitas vezes, um coração duro. Entenda que o caminho de discipulado é uma subida cheia de dificuldades, mas que tem o auxílio de Nosso Senhor.A fé verdadeira só chega depois da tribulação, por isso deixe vir a tribulação! O Papa Bento XVI foi espetacular na sua Encíclica “Spe Salvi”, na qual afirma que: "A fé se torna verdadeira quando se assume a cruz e caminha com esperança no Senhor Jesus".Quais são as suas tribulações ou provações? Identificá-las é o primeiro passo e depois é preciso caminhar. É preciso identificar na vida espiritual o que você está vivendo. Precisamos aprender a identificar os problemas em nossa vida, digo isso a todos, pois sem Deus ficamos fracos; por isso há a necessidade de nos colocarmos diante do Senhor.Eu sei que não estou sozinho neste momento, Deus está comigo, esse estar na presença do Altíssimo. Essa fé de que o Senhor está comigo independe da situação em que vivo.Se eu estou passando por alguma provação eu colherei o fruto de uma fé provada. Depois de uma provação, de uma tempestade, vem a bonança, mas é preciso um esperar ativo em Deus Pai, caminhando com Ele e confiante. Deus nos prova não para nos humilhar, mas para que nós possamos perceber o quanto necessitamos d´Ele, e o quanto somos frágeis.

Padre Reginaldo Manzotti

Fonte: Canção Nova

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

É PRECISO SABER PRA ONDE OLHAR

Uma das maneiras mais fascinante de se captar uma imagem sem perder nenhuma minúcia é seguramente através do olhar humano, nem a mais poderosa lente da mais moderna câmera consegue transmitir a beleza de um por do sol, por exemplo, como faz o olhar humano.
Claro que isso é fruto da veracidade existente, da vida que esse olhar passa, do sentimento que a pessoa que olha expressa enfim, o diferencial é saber para onde se olha.
            Para nós cristãos vale aqui o que chamamos de “estabelecer metas”, ou seja, é preciso planejar nossa caminhada isso sempre ouvindo e discernindo a voz de Deus que fala em nós. Nossa única e verdadeira meta é Cristo Jesus, por isso, caminhemos com os nosso olhos fixos em Jesus, (cf Hb 12, 1-2), pois ele nos conduzira pelo reto caminho.Saber para onde olhar é uma arte e só a alcança quem está disposto a assumir as conseqüências, pois se no meio do caminho o olhar foi desviado corre-se o risco de não mais encontrar o belo horizonte que antes se avistava e a caminhada será em vão.
O convite amados irmãos é para juntos direcionarmos nossos olhos para Cristo, pois assim teremos um olhar sereno e seremos capazes de fazer uma boa caminhada e apreciar uma bela paisagem. Quem sabe pra onde olha não se deixa enganar pelo supérfluo e escolhe sempre o melhor ângulo. Assim é seguramente mais feliz porque não perde de vista a sua meta.
Uma santa semana a todos.
Deus lhes abençoe.